Economia

BoE não vai prever consequências de um possível "Brexit", diz Carney

BoE não vai prever consequências de um possível “Brexit”, diz Carney BoE não vai prever consequências de um possível “Brexit”, diz Carney BoE não vai prever consequências de um possível “Brexit”, diz Carney BoE não vai prever consequências de um possível “Brexit”, diz Carney

Londres – O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) disse nesta terça-feira que o banco central não vai prever as prováveis consequências econômicas caso a votação popular sugira uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE), conhecido como “Brexit”.

Em um discurso a legisladores, Carney disse que “não estamos fazendo um julgamento sobre o potencial resultado do referendo … ou uma avaliação das potenciais consequências de uma votação para sair”.

Chefes de quase 200 empresas têm alertado que a saída do Reino Unido da UE causaria uma “retenção nos investimentos, ameaçaria empregos e colocaria a economia em risco”.

O anúncio do referendo a ser realizado no dia 23 de junho causou nervosismo na libra britânica, que atingiu o nível mais baixo em sete anos, a US$ 1,4058. Carney disse que a volatilidade da moeda também “atingiu um pico semelhante com o referendo escocês” sobre a independência em 2014.

Autoridades do BoE afirmaram que não está claro que a taxa de juros deveria subir em resposta ao enfraquecimento da libra, que ficou ainda mais pressionada depois que o prefeito de Londres, Boris Johnson, tornou-se o político mais proeminente a afirmar que irá apoiar uma campanha para que a Grã-Bretanha deixe a UE.

“Os movimentos recentes [da libra] foram influenciados pela próxima votação”, disse Carney. “O que importa para a política monetária é a persistência de um movimento e as razões por trás disso”, acrescentou.

A libra mais fraca deve impulsionar os preços de importação e ajudar o Banco da Inglaterra a cumprir sua meta de inflação de 2%. “A queda da taxa de câmbio é um dos fatores que prendem a inflação para baixo”, disse o membro do Comitê de Política Monetária (CPM) Martin Weale em uma audiência com legisladores. “Nesse sentido, é uma boa notícia”.

No entanto, outros membros do CPM disseram que a própria incerteza sobre visão política refletida na depreciação da libra pode se espalhar para as famílias e empresas, enfraquecer a atividade econômica e a inflação.

No início do mês, o BoE indicou que um primeiro aumento em sua taxa de juro desde 2007 está ainda a muitos meses de distância, citando uma perspectiva negativa para a economia global e a turbulência nos mercados financeiros, alimentada por uma desaceleração nas economias emergentes e um crescimento mais fraco do que o esperado nos EUA

No entanto, em seu discurso aos legisladores, a vice-presidente do BoE, Minouche Shafik, advertiu que um movimento de alta de juros pode vir mais cedo do que os investidores esperam.

“Eu espero que a economia garanta um caminho para o aumento da taxa de juros mais rapidamente do que o que decorre pela curva de rendimentos do mercado usada na previsão do relatório de inflação de fevereiro”, escreveu ela. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.