Economia

Bradesco vê queda apenas moderada em investimentos produtivos no País

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São Paulo – O Bradesco divulgou nesta terça-feira, 13, relatório no qual diz que, mesmo tendo em vista que 2016 deve ser mais um ano difícil em termos de crescimento econômico, a projeção é de que o Investimento Direto no País (IDP) não recue muito. Para o banco, a queda no apetite dos investidores estrangeiros por investimentos produtivos no Brasil tem sido surpreendentemente moderada. Este ano, a estimativa da instituição é que o IDP fique entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões, mais ou menos o mesmo nível anual observado desde 2012.

Entre os possíveis motivos para esse desempenho melhor do que o esperado, o Bradesco cita que as companhias brasileiras podem ter ficado mais “baratas” para os estrangeiros, em função da alta do dólar e também da queda das ações na bolsa. Além disso, apesar dos grandes desafios no curto prazo, o Brasil ainda tem um grande mercado consumidor, com perspectivas de médio e longo prazo razoáveis. O banco também aponta que as vantagens comparativas no setor de commodities, sobretudo as agrícolas, ainda são relevantes. O Bradesco diz ainda que o Brasil tem instituições fortes que garantem os investimentos de longo prazo.

O estudo aponta também que quase 80% das transações para participação em capital este ano foram de até US$ 500 milhões, com as grandes operações (superiores a US$ 1 bilhão) representando apenas 14% do total. Isso significa que os números não estão sendo distorcidos por uma ou outra grande operação. “Nós acreditamos que, devido aos fatores citados acima, a queda no IDP em 2016 será novamente modesta e esses fluxos devem ser relativamente preservados”, diz o texto.

Discrepância

Em seu relatório, o Bradesco aponta também uma discrepância entre o novo IDP e o antigo Investimento Estrangeiro Direto (IED) que é explicada basicamente pela queda nas emissões de dívida de subsidiárias de companhias brasileiras no exterior.

Segundo o estudo, na nova metodologia o IDP acumula queda de 36% entre janeiro e agosto, enquanto no cálculo antigo (quando o indicador era chamado de IED) essa retração é bem menor, de 12%. Isso se deve principalmente às emissões externas, já que as transações intercompanhia caíram 53%, e à queda nos lucros reinvestidos (-40%), que passaram a entrar na conta do IDP.

Para o Bradesco, a nova metodologia do FMI (conhecida pela sigla BPM6), no que se refere aos empréstimos intercompanhia, é um retrocesso, até porque a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) usa a metodologia antiga (BPM 5) para comparar os países. Tanto que o Brasil subiu no ranking da Unctad dos maiores receptores de IDP da sétima para a sexta posição em 2014, com 5,1% dos fluxos globais. “Nós também acreditamos que o conceito clássico mede melhor a predisposição dos investidores estrangeiros de realizar investimentos produtivos no país”, diz o relatório assinado pela economista Andréa Bastos Damico.