Economia

Brasil ainda preocupa investidor, diz FMI

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Nova York – Os investidores globais ainda estão um pouco preocupados com o que está acontecendo com o Brasil, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, em uma palestra em Nova York.

Quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começou a sinalizar que mudaria a política monetária do país, esses investidores “pensaram duas vezes” antes de aplicar no Brasil, em meio à deterioração de alguns indicadores, sobretudo inflação, contas externas e as contas fiscais, destacou o economista do FMI em sua apresentação.

De acordo com Blanchard, os países emergentes vão crescer menos e terão de se adaptar a um novo ambiente global. Esse novo cenário será marcado por juros mais altos e maior aversão ao risco, mas não necessariamente será ruim para os emergentes, afirmou o economista.

Por um lado, esse novo cenário terá maior crescimento dos mercados desenvolvidos, que é bom para os emergentes, porque aumenta a demanda por exportações. Os Estados Unidos crescendo mais, por exemplo, aumentam as compras externas de produtos da América Latina, especialmente do México, ressaltou o economista.

Por outro lado, os emergentes terão de lidar com alguma desvalorização no câmbio e taxas de juros mais altas nos países desenvolvidos, além de maior aversão ao risco, volatilidade e maior incerteza dos investidores.

O cenário traçado por Blanchard mostra que os países desenvolvidos devem ter aceleração do crescimento, enquanto os emergentes vão reduzir o ritmo de expansão. O crescimento dos mercados desenvolvidos, porém, tem apresentado ritmo diferente em vários países, disse o economista.

Blanchard citou que Estados Unidos e Reino Unidos devem ser os destaques de expansão. Para ele, a economia americana deve avançar 2,8% este ano, acima do 1,8% de 2013. “As economias avançadas estão melhorando em diferentes velocidades e esse crescimento deve continuar.”

Com o crescimento dos países desenvolvidos, virá a normalização das políticas monetárias, que devem levar à alta de juros nesses mercados. “Os emergentes terão de se adaptar a um novo ambiente, que não é necessariamente pior, mas é diferente”, disse Blanchard.

Sobre os riscos de curto prazo para a economia global, o economista ressaltou o que havia dito na reunião do FMI no começo de abril de que continuam a serem possíveis uma deflação na zona do euro, problemas geopolíticos e uma desaceleração mais forte da China. Sobre a China, o economista afirmou que Pequim tem como lidar com um desaquecimento da economia.

Blanchard participa nesta quinta-feira, 15, de um evento em Nova York organizado pela FGV Projetos e pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que inclui ainda o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Langoni. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.