Economia

Brasil está próximo de ganhar primeiro ETF de renda fixa, diz Tesouro

Brasil está próximo de ganhar primeiro ETF de renda fixa, diz Tesouro Brasil está próximo de ganhar primeiro ETF de renda fixa, diz Tesouro Brasil está próximo de ganhar primeiro ETF de renda fixa, diz Tesouro Brasil está próximo de ganhar primeiro ETF de renda fixa, diz Tesouro

– O Brasil está próximo de ter o primeiro fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) de renda fixa do País, disse o coordenador geral de operações da dívida pública do Tesouro Nacional, Leandro Secunho, durante congresso de fundos da Anbima, nesta quarta-feira, 10. O objetivo é lançar uma carteira grande, com liquidez e que este movimento estimule o mercado a criar aplicações semelhantes, disse ele, sem falar em valores.

No segundo semestre, o Tesouro vai publicar o edital do processo seletivo para a escolha do gestor para o ETF. Pelo programa, o Tesouro seleciona um gestor no mercado. Este gestor cria um ETF e o governo emite os títulos públicos e escolhe o índice que será o referencial da carteira. Secunho disse que este gestor será escolhido por processo parecido a uma licitação e os critérios já foram definidos. O escolhido no processo terá que fazer uma oferta pública da carteira no mercado.

O ETF de renda fixa é semelhante a um fundo mútuo de investimento, com a diferença que sua cota é negociada em bolsa. “Isso cria um elo entre os mercados de renda fixa e variável”, disse o executivo do Tesouro. “É um fundo aberto, com cotas listadas em bolsa e segue todas as regras dos demais ativos negociados em bolsa. Deve seguir o desempenho de um índice”, afirmou no mesmo evento o executivo da B3, Régio Soares Ferreira Martins.

O lançamento do ETF de renda fixa faz parte de parceria do governo brasileiro com o Banco Mundial, que quer ampliar a utilização deste tipo de aplicação em países emergentes, desenvolvendo mercados em moedas locais. O Brasil faz parte do projeto piloto, que em seguida será levado para outros países. O memorando de entendimento foi assinado em 2013.

O Brasil já tem ETF de renda variável desde 2004, mas essas carteiras ainda são pouco representativas na comparação com o patrimônio total dos fundos de renda variável no país, afirmou Secunho. O patrimônio do segmento está em R$ 4 bilhões. Globalmente, os ETFs de renda variável somam US$ 3,3 trilhões em recursos e ultrapassam o patrimônio liquido dos fundos de hedge, de acordo com o executivo da B3.

Na renda fixa, o objetivo é que os volumes sejam maiores. “Queremos começar com um produto grande, que tenha liquidez e fomente a criação de outros ETFs”, ressaltou Secunho. Da indústria de fundos no Brasil, 65% do patrimônio estão atrelados a papéis de renda fixa. Por isso, Secunho destaca que o potencial para o ETF de renda fixa e muito grande no País. “Há potencial não explorado.” Já em outros países, principalmente nos Estados Unidos, quem domina o mercado é a renda variável.

Um dos benefícios do ETF de renda fixa é um menor custo tanto para o gestor como para o investidor, disse Secunho. Com isso, se espera que a taxa de administração para o aplicador seja menor. O principal marco regulatório dos ETFs no Brasil é a instrução 359 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que dispõe sobre limites dos administradores e gestores.