Economia

Brasil terá de obter superávits sem ajuda, diz Barbosa

Brasil terá de obter superávits sem ajuda, diz Barbosa Brasil terá de obter superávits sem ajuda, diz Barbosa Brasil terá de obter superávits sem ajuda, diz Barbosa Brasil terá de obter superávits sem ajuda, diz Barbosa

São Paulo – O Brasil, no ano que vem, seja quem for o presidente eleito, vai ter que recuperar a capacidade de realizar superávits primários em bases recorrentes, ou seja, sem a ajuda de receitas extraordinárias. Foi o que disse hoje o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa, durante o seminário “Indústria e Desenvolvimento Produtivo no Brasil”, organizado pela Escola de Economia em São Paulo (EESP), também da FGV.

“Não é aumentar o superávit primário. É produzir o mesmo superávit em bases recorrentes, o que hoje não está sendo feito”, disse Barbosa, ao referir-se à utilização de receitas extraordinárias para atingir a meta fiscal.

Barbosa disse que no Brasil há hoje uma peculiaridade no que tange a política fiscal. O superávit primário requerido para reduzir a dívida bruta é menor que o superávit primário requerido para reduzir a dívida líquida. “Fazendo os cálculos, para reduzir a dívida bruta chega-se a algo entre 1,5% e 2% do PIB e para reduzir a dívida líquida é algo entre 3% e 3,5% do PIB.”

“Tenho a leve suspeita de que o próximo governo, seja ele quem for, vai eleger a dívida bruta para critério de avaliação das finanças públicas, o que implicaria a possibilidade de uma meta de superávit menor”, afirmou. “Isso porque conseguir produzir um primário de 2% a 2,5%, com mexidas menos radicais, é mais fácil do que 3% a 3,5%.”