Economia

Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas desalentadas no 1º trimestre, diz IBGE

Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas desalentadas no 1º trimestre, diz IBGE Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas desalentadas no 1º trimestre, diz IBGE Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas desalentadas no 1º trimestre, diz IBGE Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas desalentadas no 1º trimestre, diz IBGE

O Brasil tinha 4,6 milhões de pessoas desalentadas no primeiro trimestre deste ano, o que equivale a uma taxa de desalento de 4,1% da força de trabalho ampliada. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quinta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tanto o contingente quanto a taxa registraram os recordes da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

Segundo o IBGE, 60,6% (2,8 milhões de pessoas) do contingente de desalentados são do Nordeste. Entre as unidades da federação, os maiores contingentes de desalentados estavam na Bahia (805 mil) e Maranhão (430 mil). Mesmo assim, Alagoas tinha a maior taxa de desalento (17,0%), enquanto o Rio de Janeiro e Santa Catarina, a menor (0,8%, ambos).

Na definição do IBGE, a população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Dessa forma, a população desalentada faz parte da força de trabalho potencial.

Crescimento de 195%

Os dados sobre a subutilização da força de trabalho, divulgados na Pnad Contínua mostram que a situação do mercado de trabalho não é favorável, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“Alguns indicadores mostram avanço, outros mostram que o mercado de trabalho continua em situação delicada”, afirmou Azeredo, citando que, nos últimos trimestres, houve queda tanto do número de desocupados quanto do contingente de pessoas ocupadas. “Por isso, é fundamental a divulgação da subutilização”, disse.

Mais cedo, o IBGE informou que a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu seu nível recorde no primeiro trimestre, com 24,7%. São 27,7 milhões de pessoas nessa situação.

Em quatro anos, do primeiro trimestre de 2014, ano do auge do mercado de trabalho, até o primeiro trimestre deste ano, a população subutilizada cresceu 73%, ou 11,7 milhões de pessoas a mais nesse grupo.

O destaque foi o crescimento da população desalentada (pessoas que estão aptas a trabalhar, mas desistiram de procurar ocupação por falta de oportunidades ou qualificação), que avançou 194,9% na mesma comparação de quatro anos. Das 11,7 milhões de pessoas que ingressaram na população subutilizada, 3 milhões entraram para a população desalentada – ou seja, o desalento responde por 26,2% do aumento.