Economia

Cade aprova compra da Transvip pela Prosegur com restrições

Cade aprova compra da Transvip pela Prosegur com restrições Cade aprova compra da Transvip pela Prosegur com restrições Cade aprova compra da Transvip pela Prosegur com restrições Cade aprova compra da Transvip pela Prosegur com restrições

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, 11, a compra da Transvip pela Prosegur, mas impôs restrições ao negócio. A principal foi a proibição de que a Prosegur compre outra empresa do setor por três anos.

As restrições fazem parte de um acordo proposto pela própria Prosegur e determina ainda que a empresa informe ao Cade todas as aquisições realizadas nos dois anos seguintes.

Em setembro, o Broacast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que bancos e varejistas procuraram o Cade com a acusação de que três empresas que dominam o mercado de transporte de valores adotam conduta anticompetitiva, uma delas a Prosegur. A transportadora, a Brink’s e a Protegeas detêm 80% do mercado de transporte de valores, que movimentou R$ 33 bilhões no ano passado.

Apesar de considerar que a compra da Transvip não gera grandes preocupações concorrenciais, o Cade decidiu negociar o acordo para “frear” o ímpeto expansionista da empresa no setor.

“O mercado terá danos. Um acordo, por mais duro que seja, não resolverá o problema. A festa do alto preço continuará e a sociedade paga esse preço na alimentação, no custo de transporte de valores para bancos e em alimentos e comidas, representa 2,5% do custo de um supermercado”, afirmou o advogado da Tecban, José Del Chiaro, durante o julgamento.

A Tecban é uma empresa de transporte ligada a bancos e uma das principais concorrentes das três maiores.

Já a advogada da Prosegur, Bárbara Rosenberg, disse que a compra não gera impactos concorrenciais, já que mantém a rivalidade em mercados como Rio de Janeiro e São Paulo.

A conselheira relatora do processo, Paula Azevedo, também entendeu que a compra da Transvip não gera ameaça à concorrência porque, nos mercados em que a empresa atua, já existem outras empresas, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. Ela ressaltou, no entanto, que clientes vêm reclamando da alta concentração nesse mercado, por isso a necessidade do acordo que impediu novas aquisições pela Prosegur.

Processo

A superintendência-geral do Cade, responsável pela instrução do processo, havia recomendado a aprovação da compra condicionada à assinatura do acordo, principalmente por conta dos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro. A Prosegur é um dos principais agentes do mercado tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, detendo entre 20 e 30% de participação. Já a Transvip tem menos de 10% no mercado paulista e entre 10% e 20% no fluminense.

A superintendência afirmou que “tem verificado uma onda de concentração no mercado de transporte e custódia de valores envolvendo as duas maiores empresas do país, sendo a Prosegur uma delas. Nos últimos anos, esses agentes estariam adotando estratégia de crescimento baseada na aquisição de players com atuação regional”, o que levou à negociação do acordo.

Como mostrou o Broadcast, em diferentes ofícios enviados ao Cade, empresas diversas como TecBan, que é dona do Banco24horas, McDonalds, Magazine Luiza e Drogasil relataram dificuldades para contratar transportadoras concorrentes e denunciaram existir uma postura de não concorrência entre as três maiores – o que caracterizaria um cartel.