Economia

Café, aço e gengibre: produtos do ES podem sofrer com tarifaço de Trump

Principal destino dos produtos capixabas é EUA, o que equivale a cerca de 29% de tudo que é exportado pelo Estado

Foto: Montagem/Freepik/Incaper
Foto: Montagem/Freepik/Incaper

Com a medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de que vai aplicar um aumento de 50% sobre tarifas de importação de produtos brasileiros, impactos podem ser sofridos por itens capixabas exportados. O Espírito Santo tem os EUA como principal destino nas exportações, o equivalente a cerca de 29% do total.

Dentre os produtos que podem sofrer com o tarifaço de Trump estão café arábica, rochas ornamentais, gengibre, aço, celulose, carne e pimenta-do-reino. Os semifaturados de ferro e aço, por exemplo, representam mais de US$ 2 bilhões anuais em vendas para os Estados Unidos.

De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), só de janeiro a junho de 2025, o Estado exportou mais de US$ 253,4 milhões (R$ 1,3 bilhão).

As principais exportações ao longo de janeiro a junho deste ano foram: noz de macadâmia (100%), pescados (93%), ovos (97%), gengibre (61,2%), celulose (44%), café solúvel (39,9%), mamão (13%), chocolates e derivados do cacau (9,9%), café em grãos (4,5%), pimenta-do-reino (1,1%).

O governador do Estado, Renato Casagrande, estima que se a nova tarifa continuar até agosto, os setores devem sofrer com redução de exportações, adiamento de investimentos, perda de competitividade e alta do dólar.

“Isso impacta diretamente no ânimo dos empreendedores capixabas e na arrecadação do Estado. Pode gerar desemprego e queda de receita”, completou Casagrande.

Alternativas para o ES

O governador também afirmou que o Estado poderá investir em estratégias de médio a longo prazo para diversificação de mercados, porém essas medidas não são imediatas. Ele também frisa a importância da atenção redobrada na tomada de decisões nas próximas semanas.

Além disso, em conversa com empresários capixabas, Casagrande afirmou já ter sugerido alternativas ao governo federal e já mitigou ações para o setor produtivo.

“Vamos acompanhar de perto, avaliar cenário por cenário e propor ações para minimizar os prejuízos. O setor produtivo é o primeiro a sentir e isso chega logo ao trabalhador, à renda e à arrecadação pública”, explicou.

*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos

Ana Piontkowski *

Estagiária

Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiária do Jornal Folha Vitória.

Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiária do Jornal Folha Vitória.