Economia

Câmara aprova urgência para votar projeto que derruba aumento do IOF

A urgência é um instrumento que acelera a tramitação de uma proposta no plenário da Casa, sem precisar passar por comissões

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Câmara aprova urgência para votar projeto que derruba aumento do IOF Câmara aprova urgência para votar projeto que derruba aumento do IOF Câmara aprova urgência para votar projeto que derruba aumento do IOF Câmara aprova urgência para votar projeto que derruba aumento do IOF
Câmara Deputados
Deputados aprovaram urgência para votar suspensão do decreto que aumenta IOF (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, 16, por 346 votos a 97, um requerimento de urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) que derruba o decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), publicado pelo governo Lula.

A urgência é um instrumento que acelera a tramitação de uma proposta no plenário da Casa, sem precisar passar por comissões.

No início da noite, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), repetiu que “na Casa e nos partidos há um esgotamento de medidas que vêm a procurar aumentar a arrecadação”.

Na quinta-feira passada, 12, ao anunciar que pautaria o requerimento de urgência, Motta afirmou que o clima na Câmara não era favorável para o “aumento de impostos com o objetivo arrecadatório para resolver problemas fiscais”.

Vaivém do IOF

O impasse em torno do aumento do IOF já rendeu três decretos diferentes do governo sobre o tema. O primeiro foi publicado no dia 22 de maio, quando o Executivo elevou a alíquota sobre o IOF de empresas, previdência privada e operações de câmbio.

Após pressão do setor financeiro, no mesmo dia, o governo voltou atrás e desistiu da tributação de aplicações de fundos brasileiros no exterior, publicando um novo decreto.

Após o primeiro recuo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), no domingo, 8 de junho, para conversar sobre medidas de compensação ao aumento do IOF.

Na quarta-feira, 11, o ministro foi à Câmara para falar de contas públicas em uma audiência, mas deixou a reunião após um bate-boca com parlamentares da oposição. No mesmo dia à noite, o governo publicou um novo decreto com mais recuos no IOF e uma medida provisória (MP) com medidas alternativas de compensação.

As propostas incluem o aumento da taxação de bets e a cobrança de Imposto de Renda sobre títulos incentivados, antes isentos de IR, como LCI e LCA.

Críticas ao governo por aumento de impostos

Apesar da tentativa de diálogo, as reações contrárias à proposta do Poder Executivo só aumentaram. O presidente da Câmara criticou o governo por propor aumento de tributos.

“Qualquer solução que venha trazer aumento de tributos, aumento de impostos, sem o governo apresentar o mínimo dever de casa do ponto de vista do corte de gastos, isso não será bem-aceito pelo setor produtivo, nem pelo Poder Legislativo”, disse Motta na quarta-feira passada, 11.

No dia seguinte à publicação das novas medidas, o parlamentar veio a público novamente e anunciou que iria pautar a urgência de um projeto de decreto legislativo (PDL) para derrubar o decreto do governo.

Parlamentares criticam Haddad por adotar medidas sem negociar antes com o Congresso e propor medidas voltadas ao aumento de arrecadação. A reação ocorre em meio à falta de pagamento de emendas parlamentares, que atrapalha a agenda do ministro no Congresso.