Economia

Câmara encerra sessão sem votar MP do Funrural, que deve caducar

Câmara encerra sessão sem votar MP do Funrural, que deve caducar Câmara encerra sessão sem votar MP do Funrural, que deve caducar Câmara encerra sessão sem votar MP do Funrural, que deve caducar Câmara encerra sessão sem votar MP do Funrural, que deve caducar

Brasília, 27 – Sem quórum para garantir a votação, a Câmara dos Deputados encerrou a sessão plenária desta segunda-feira, 27, sem votar a medida provisória que prevê o parcelamento de dívidas de produtores rurais referentes ao Funrural. Com isso, a proposta deve perder a validade nesta terça-feira, 28, sem ser votada pelo Congresso Nacional.

Defensora da proposta, a bancada ruralista já esperava que a MP iria caducar. A bancada trabalha hoje com duas alternativas substituir a MP. Relatora da medida, a deputada Tereza Cristina (sem partido-MS) considera que a alternativa mais provável é um novo projeto de lei. “Seria basicamente meu relatório (da MP) com algumas alterações”, disse.

Já o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), defende que o governo edite uma nova MP do Funrural. “Nós não conversamos com ele [presidente Michel Temer]. O presidente não terá outra alternativa a não ser editar uma nova MP”, disse o tucano. Uma nova MP com o mesmo assunto só poderia ser reeditada após o dia 22 de dezembro, quando acabará o ano legislativo.

O governo, no entanto, já avisou aos ruralistas que não vai editar nova medida provisória para reinstituir o programa de parcelamentos, segundo apurou o Broadcast. O argumento é que Temer já prometeu reduzir o número de MPs. Além disso, há complicações para se conceder programas de parcelamento com renúncias tributárias em ano eleitoral.

Essa foi a segunda vez que a bancada ruralista tentou aprovar a MP no plenário. Na quinta-feira, a proposta estava na pauta, mas não foi votada porque a oposição, que é contrária à proposta, obstruiu os trabalhos e porque não havia quórum suficiente de parlamentares da base para garantir a votação. A relatora, contudo, diz que a culpa não foi do governo.

De acordo com a parlamentar, o principal motivo para a não votação foi o racha no setor. Tereza explicou que uma “grande parte” dos ruralistas, sobretudo, aqueles ligados à agropecuária, queria a remissão de todas as dívidas do Funrural do passado, o que o governo não aceita. Já a outra queria a aprovação da MP com o parcelamento das dívidas.

Diante do risco de caducidade, a relatora aconselha a todos os produtores que façam adesão ao parcelamento “de qualquer jeito”, pelas regras da MP original. Para o governo, a não votação da MP pode ser positiva. Para a Receita Federal, o texto da proposta aprovado na comissão especial ficou muito frouxo, pois dá perdão integral a multas e juros e ainda permite a compensação de créditos fiscais para devedores até R$ 15 milhões.