Economia

Capixabas estão entre os que menos gastam com empregadas domésticas no país

Entre os fatores que justificam a diferença de gastos com trabalhadores domésticos entre as 27 capitais analisadas, incluindo Brasília, no Distrito Federal, está o salário mínimo

Capixabas estão entre os que menos gastam com empregadas domésticas no país Capixabas estão entre os que menos gastam com empregadas domésticas no país Capixabas estão entre os que menos gastam com empregadas domésticas no país Capixabas estão entre os que menos gastam com empregadas domésticas no país
Os dados fazem parte de um levantamento da Lalabee Foto: Reprodução

Para manter um empregado doméstico em casa pagando um salário mínimo líquido por mês, o empregador de Vitória desembolsa anualmente R$ 14.185,08, o terceiro menor custo entre as 27 capitais brasileiras, atrás apenas de Natal (RN), com R$ 14.160,84 e Macapá (AP), onde os gastos geram em torno de R$ 14.039,88. Os dados fazem parte de um levantamento da Lalabee, empresa que faz a gestão de trabalhadores domésticos. 

Porto Alegre (RS) possui o maior custo do estudo. Os custos para manter um empregado por lá chegam a R$ 18.212,76. A diferença de valores pode chegar a R$ 4 mil por ano entre as diferentes capitais brasileiras.

Entre os fatores que justificam a diferença de gastos com trabalhadores domésticos entre as 27 capitais analisadas, incluindo Brasília, no Distrito Federal, está o salário mínimo, já que cinco estados adotam atualmente pisos regionais acima do mínimo nacional. Enquanto nacionalmente o salário está estabelecido em R$ 788 mensais, estados como São Paulo e Paraná já reajustaram suas bases para valores acima de R$ 900. No Paraná, o mínimo regional para a categoria doméstica é de R$ 983,40, contra o piso nacional de R$ 788 mensais.

Outro aspecto é o custo do transporte. De dezembro pra cá, 15 capitais reajustaram as tarifas de ônibus. Embora a empregada doméstica devidamente registrada não sinta o preço do reajuste das passagens para ir e voltar do trabalho, já que o vale-transporte é geralmente descontado em 6% sobre o salário, os empregadores aumentam seus custos para mantê-las.

Gasto maior

O cálculo considera o pagamento de um salário mínimo mensal para uma jornada regular de trabalho de 44 horas semanais, além de duas passagens de ônibus por dia com descontos de 6% sobre o Vale Transporte, incluindo ainda o pagamento de INSS. Todos os custos são estipulados com provisionamento de férias e 13º salário. Não foram incluídas no custo, por exemplo, as horas extras regulares nem horas extras feitas aos domingos e feriados, que tendem a elevar os gastos do empregador.

Aprovação levou quase dois anos para sair Foto: ​Divulgação

PEC das Domésticas

Em março deste ano, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto de lei que regulamenta a PEC das Domésticas. O projeto vai para o Senado e depois para análise da presidente Dilma Rousseff (PT).

De acordo com o projeto, o trabalho do empregado doméstico será de oito horas por dia ou 44 horas semanais. Se passar do combinado, o patrão terá que pagar 50% de hora extra ou compensar com folga, num prazo de até três meses.

O trabalhador doméstico é aquele que presta serviços numa casa por mais de dois dias na semana. O horário de almoço deverá ser entre uma ou duas horas. Esse tempo poderá ser reduzido para meia hora se for feito um acordo prévio e por escrito. O empregado doméstico também poderá trabalhar 12 horas seguidas, desde que folgue depois por 36 horas.

Suellen Araújo

Repórter

Formada pela Faculdades Integradas Hélio Alonso ( FACHA-RJ), com experiência em assessoria de imprensa, mídias sociais e televisão.

Formada pela Faculdades Integradas Hélio Alonso ( FACHA-RJ), com experiência em assessoria de imprensa, mídias sociais e televisão.