Economia

Cautela externa impede alta do Ibovespa por minério de ferro, em dia de ata do Fed

Cautela externa impede alta do Ibovespa por minério de ferro, em dia de ata do Fed Cautela externa impede alta do Ibovespa por minério de ferro, em dia de ata do Fed Cautela externa impede alta do Ibovespa por minério de ferro, em dia de ata do Fed Cautela externa impede alta do Ibovespa por minério de ferro, em dia de ata do Fed

O quadro cauteloso no exterior, antes da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) às 15 horas e do balanço da Nvidia, do setor de tecnologia dos EUA, contaminam o Ibovespa. A maioria das bolsas norte-americanas cai e o petróleo recua acima de 1,00%, enquanto os rendimentos dos Treasuries sobem.

Os movimentos refletem as incertezas em relação ao início do processo de flexibilização monetária nos Estados Unidos, dada a inflação resiliente.

Nem mesmo anima o Ibovespa a alta de 2,73% do minério de ferro em Dalian, na China, – a quinta seguida. Só as ações da Vale reagem moderadamente: subiam 0,47% perto das 11 horas.

A queda do Índice Bovespa reflete um pouco o recuo do petroleo, descreve Mônica Araujo, estrategista de renda variável da InvestSmart XP, a despeito da elevação do minério. “Não sabemos se essa elevação do minério é estrutural ou pontual. Assim, o investidor prefere não tomar tanta posição, enquanto espera o balanço da Nnvidia após o fechamento dos mercados. Ficará de olho ainda mais nas provisões da companhia do que no resultado em si. O mercado vai olhar o que a empresa vai indicar de crescimento à frente”, diz.

Na terça, o principal indicador da B3 fechou em baixa de 0,27%, aos 127.411,55 pontos, sendo o terceiro encerramento negativo.

No Brasil também persistem dúvidas quanto à política monetária, além das questões fiscais e inflacionárias, o que tem levado à percepção de que o juro básico encerrará este ano em dois dígitos e não mais na faixa dos 9,00% como se estimativa antes no mercado.

“Avaliamos que a Selic será reduzida a 10,25% ao ano em meados de junho; e será mantida nesse patamar por um período prolongado, ao menos até meados de 2025”, avalia em relatório a LCA Consultores. “Mas essa perspectiva de um corte adicional da Selic em junho está condicionada a uma acomodação de riscos”, completa.

Para Pedro Salles, cofundador e CEO da Legend Investimentos, um cenário de juro alto acaba por influenciar o sentimento de alocação do investidor estrangeiro com o Brasil, o que pode direcioná-lo para outros mercados da América Latina. “Juro alto desestimula um pouco o crédito e as empresas tendem a crescer menos”, avalia.

Em dia de agenda esvaziada de indicadores, os investidores monitoram a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara sobre a política econômica do País.

Aliás, Haddad disse ontem que as medidas elaboradas pela equipe econômica para compensar a perda arrecadatória com a prorrogação da desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios em 2024 devem ser divulgadas ainda nesta semana.

Às 11h20, o Ibovespa caía 0,80%, aos 126.396,61 pontos, ante recuo de 0,81%, na mínima aos 126.377,43 pontos, depois de abrir aos 127.411,55 pontos, também a máxima, com variação zero. Petrobras cedia perto de 0,05%.