Economia

Cinco grupos estão habilitados para leilão da Rodovia de Integração do Sul

Cinco grupos estão habilitados para leilão da Rodovia de Integração do Sul Cinco grupos estão habilitados para leilão da Rodovia de Integração do Sul Cinco grupos estão habilitados para leilão da Rodovia de Integração do Sul Cinco grupos estão habilitados para leilão da Rodovia de Integração do Sul

Está programado para esta quinta-feira, 1º de novembro, o primeiro – e provavelmente, único – leilão de rodovias do governo do presidente Michel Temer. As propostas pela Rodovia de Integração do Sul (RIS), entregues na terça-feira pelos grupos interessados, estavam previstas para abertura às 10 horas, na sede da B3, em São Paulo, mas, até o fechamento deste texto, o processo ainda não havia sido iniciado.

Cinco grupos se habilitaram para disputar o ativo: CCR, EcoRodovias, o fundo Pátria Investimentos, a espanhola Sacyr e um consórcio formado por três construtoras de médio porte do Sul do País.

O número de proponentes é considerado alto para uma licitação de rodovia, o que demonstra o forte apetite dos investidores.

Frustrando as expectativas do mercado, a Arteris resolveu não participar do certame. Conforme a empresa, a decisão partiu de uma “avaliação interna de riscos e de rentabilidade do projeto”. “Considerando sua visão de longo prazo para o desenvolvimento da infraestrutura do país, a companhia preferiu concentrar sua atuação nas próximas oportunidades do setor rodoviário, diante da carteira de projetos de concessões de rodovias a vir ao mercado nos próximos anos”, afirmou a Arteris.

Do lado do governo, a expectativa em torno do leilão é grande, já que esta é a primeira concessão federal de rodovias desde 2015 e também a primeira do setor sobre a tutela do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que estabeleceu novas regras para os projetos de infraestrutura no País.

Um interlocutor destaca que o certame será uma oportunidade de “testar” a nova modelagem das concessões rodoviárias. Vencerá o leilão quem propuser o maior desconto sobre a tarifa-teto de pedágio, fixada em R$ 7,24 (referenciada a julho de 2018). Para evitar lances “aventureiros”, o governo estabeleceu que, se houver desconto acima de 10%, a exigência de capital será maior.

Conforme o edital, não haverá disputa a viva-voz. Caso haja empate entre propostas, haverá sorteio para definir o vencedor. No caso de empate entre valores oferecidos por proponentes brasileiras e estrangeiras, terão preferência as brasileiras.

Os 473,4 quilômetros que compõem o lote rodoviário gaúcho integram parte da BR-101 com mais três rodovias federais (BR-290/BR-386/BR-448), passando pelas cidades de Osório, Passo Fundo, Canoas e Porto Alegre.

O principal atrativo da RIS é a chamada “Freeway”, entre os municípios gaúchos de Porto Alegre e Osório. O trecho de 98,1 quilômetros esteve sob responsabilidade da concessionária Concepa, da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), de 1997 até julho deste ano.

Durante os 30 anos de concessão, o futuro concessionário deverá aplicar cerca de R$ 13,4 bilhões no projeto. São R$ 7,8 bilhões em investimentos – montante relevante, mas as obrigações de investimentos não estão concentradas nos primeiros anos da concessão.

Os R$ 5,6 bilhões restantes se referem a custos operacionais com conservação, operação e monitoramento.

A taxa interna de retorno (TIR) fixada pelo governo para o projeto é de 9,20 % a.a.

Considerando as premissas utilizadas pelo governo para tráfego, Opex e Capex da RIS, o valor presente líquido (NPV, na sigla em inglês) potencial é de R$ 660 milhões, calcula o Goldman Sachs. Esse valor representa 3% do market cap da CCR e 13% do da EcoRodovias, aponta o banco. “De acordo com nosso modelo, um desconto de 12% sobre a tarifa-teto traria o valor presente líquido ao breakaeven (ponto de equilíbrio)”.