Economia

CNI apresenta 37 propostas de medidas para atenuar efeitos da crise

CNI apresenta 37 propostas de medidas para atenuar efeitos da crise CNI apresenta 37 propostas de medidas para atenuar efeitos da crise CNI apresenta 37 propostas de medidas para atenuar efeitos da crise CNI apresenta 37 propostas de medidas para atenuar efeitos da crise

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) encaminhou nesta quinta-feira, 19, ao governo federal e ao Congresso 37 propostas de medidas nas áreas de tributação, política monetária, financiamento, normas regulatórias e legislação trabalhistas, voltadas para o enfrentamento e atenuação dos efeitos da crise econômica diante da pandemia do novo coronavírus.

Entre as propostas, a CNI sugere o adiamento, por 90 dias, do pagamento de todos os tributos federais, incluindo contribuições previdenciárias para reduzir a exigência de capital de giro por parte das empresas em um momento de retração de vendas; redução temporária das tarifas de energia elétrica, por meio de encargos setoriais e da utilização de bandeiras tarifárias; e redução dos depósitos compulsórios sobre depósitos a prazo e à vista.

Na área trabalhista, a CNI pede maior flexibilidade para as empresas se adequarem às restrições à circulação de pessoas, o que impacta as rotinas produtivas. Uma das propostas apresentadas é a redução das exigências para a adoção do teletrabalho, ampliação do tempo para compensação de banco de horas e permissão expressa para alteração de horários de trabalho.

A entidade também pede que seja possível estabelecer redução de jornada de trabalho de forma proporcional diretamente pelas empresas. Ou seja, que as empresas possam estabelecer “unilateralmente” a redução de jornada e de salário de forma proporcional.

A indústria pede ainda facilitação, por parte dos bancos públicos e de desenvolvimento, do acesso a capital de giro, inclusive para empresas que têm crédito imobiliário, com condições diferenciadas de juros, carência de pelo menos seis meses, prazo ampliado e flexibilização das garantias.

Outra proposta é a intensificação do uso das linhas de crédito do BNDES Finame Materiais e BNDES Crédito Pequenas Empresas. A CNI propõe ainda que os bancos públicos passem a oferecer opções de hedge cambial com melhores condições que as do mercado, para reduzir os impactos da desvalorização cambial provocada pela crise.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que as dificuldades para produzir neste momento, geradas pela falta de insumos e pela falta de liquidez, poderão levar várias empresas à falência. “O uso de recursos públicos, escassos devido à situação fiscal, deve ser direcionado ao fortalecimento do sistema de saúde e ao alívio da situação financeira das empresas, para que se assegure a preservação dos empregos”, defende Robson Andrade.

A avaliação da indústria é que haverá uma redução do consumo provocada pelo isolamento da população que está orientada a não sair de casa para evitar a propagação do vírus. Por isso, destaca a CNI, as medidas emergenciais para os próximos três meses devem focar as empresas industriais e de serviços e não em aumentar a demanda. “O esforço deve buscar a melhoria das condições de financiamento e da ampliação do acesso ao crédito das empresas durante o período de queda das vendas, para garantir a sobrevivência dos negócios e permitir a manutenção dos empregos”, destaca.

As propostas foram elaboradas em parceria com as Federações Estaduais da Indústria e com o Fórum Nacional da Indústria (FNI), que representa as associações setoriais.