Economia

CNI critica vetos no novo Marco da Tecnologia

CNI critica vetos no novo Marco da Tecnologia CNI critica vetos no novo Marco da Tecnologia CNI critica vetos no novo Marco da Tecnologia CNI critica vetos no novo Marco da Tecnologia

Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou os vetos da presidente Dilma Rousseff no novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. Para a entidade, os oito pontos que foram excluídos do novo arcabouço legislativo, lançado na última segunda-feira, 11, vão desestimular as empresas a investir em pesquisas.

A principal crítica da CNI é que os vetos tiram a isonomia que havia sido estabelecida entre instituições públicas e privadas que se dedicam ao desenvolvimento de projetos de investigação científica. Um exemplo disso é que, após os vetos, as bolsas concedidas por universidades ligadas ao governo continuam isentas da contribuição previdenciária, mas as que forem dadas por empresas terão de pagar o benefício.

A confederação também argumenta que o veto às isenções e reduções de impostos para empresas que importarem materiais e insumos para pesquisas retira um estímulo importante para o setor privado investir mais em inovação.

Já o veto à dispensa de licitação para contratação de empresas de micro, pequeno e médio portes, por sua vez, vai atingir em cheio as chamadas startups, que são menos competitivas em um processo licitatório formal.

Um outro ponto questionado pela CNI é que o governo negou dar autonomia gerencial, orçamentária e financeira para as universidades desenvolverem suas pesquisas, o que vai aumentar a burocracia na relação entre órgãos públicos e privados.

Para Paulo Mol, superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade ligada à CNI, é inegável a importância do novo marco regulatório, mas ele argumenta que “a legislação avançava mais antes dos vetos”.

Segundo Mol, a confederação vai conversar com parlamentares após a volta do recesso legislativo para tentar convencê-los a derrubar pelo menos parte dos pontos que foram vetados pela presidente.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo também está aberto ao diálogo com o empresariado. Ele, no entanto, rebateu as críticas e disse que, diante da realidade fiscal do País, é muito difícil abrir mão da arrecadação de receitas neste momento.

“O que nós estamos colocando a serviço da iniciativa privada é toda a estrutura pública de pesquisa. Isso não tem preço, é imensurável. Obviamente, sempre tem o que melhorar e nós estamos à disposição para conversar, mas agora não é momento de fazer renúncia fiscal. Tem que deixar essa questão para quando a crise passar”, afirmou.

O novo marco tem como objetivo facilitar a aproximação de empresas e universidades, incentivando o desenvolvimento de mais pesquisas no País. Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma afirmou que a revisão da legislação existente iria dar transparência, simplicidade e segurança jurídica aos projetos de ciência e tecnologia. A presidente também destacou que o investimento nessa área era um caminho para que o País voltasse a crescer.