Economia

CNI propõe aprimoramentos regulatórios para estimular investimentos

Um dos pontos de referência a serem apresentados é o estudo "Qualidade regulatória: como o Brasil pode fazer melhor", que traz recomendações da confederação para o setor

CNI propõe aprimoramentos regulatórios para estimular investimentos CNI propõe aprimoramentos regulatórios para estimular investimentos CNI propõe aprimoramentos regulatórios para estimular investimentos CNI propõe aprimoramentos regulatórios para estimular investimentos
CNI estuda formas para promover o aumento da cooperação regulatória entre Brasil e EUA Foto: Divulgação

Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) promove nesta quinta-feira, 18, o encontro Cooperação Regulatória Brasil-EUA. Com representantes do governo brasileiro e do governo dos Estados Unidos, serão discutidas, entre outros pontos, formas para promover o aumento da cooperação regulatória entre os dois países e, assim, facilitar os investimentos.

Um dos pontos de referência a serem apresentados no debate de amanhã é o estudo “Qualidade regulatória: como o Brasil pode fazer melhor”, preparado pela CNI, que condensa resultados de uma pesquisa com 19 órgãos do poder regulatório no País e recomendações da confederação para o setor.

O documento da CNI cita, por exemplo, que o planejamento regulatório não é formalizado no Brasil. “Não há disposições legais que sustentem a presença das práticas de planejamento regulatório. A Casa Civil da Presidência da República coordena as iniciativas políticas do governo federal, mas não há nenhum mecanismo para assegurar a coordenação em termos de intervenções regulatórias individuais”, cita o material.

O estudo aponta que o governo federal não prepara antecipadamente uma lista de políticas ou questões regulatórias a serem discutidas no âmbito do Executivo ou com o Legislativo. Outra conclusão obtida foi que as instituições raramente questionam os impactos regulatórios com as empresas afetadas.

Outra sugestão é reforçar esforços, por parte das instituições da área de regulação, para simplificação da linguagem. “Além da publicação, a acessibilidade depende da forma pela qual as regras são escritas. Usar linguagem simples é uma poderosa via para isso”, cita o estudo.

Há também pontos positivos no documento elaborado pela CNI. É citado, por exemplo, que apesar de não ser formalmente exigido as instituições reguladoras tendem a realizar consultas de modo sistemático. “No Brasil, a consulta pública e as audiências públicas não são obrigatórias para toda a administração federal. No entanto, por serem amplamente reconhecidas como duas técnicas cruciais para inclusão dos pontos de vista das partes interessadas, ambas tornaram-se práticas comuns entre várias instituições reguladoras”, menciona o trabalho. O estudo consolidado pela CNI ressalta, entretanto, que os métodos de consulta variam significativamente.

No grupo de instituições que foram analisadas pelo estudo estão as agências reguladoras como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e órgãos como a Superintendência Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Outro grupo de 12 membros setoriais da CNI trabalhou na validação dos resultados. A íntegra do estudo está disponível para consulta, na internet.