Economia

Com crise, brasileiro opta por alimento mais barato, diz estudo da Fiesp

Com crise, brasileiro opta por alimento mais barato, diz estudo da Fiesp Com crise, brasileiro opta por alimento mais barato, diz estudo da Fiesp Com crise, brasileiro opta por alimento mais barato, diz estudo da Fiesp Com crise, brasileiro opta por alimento mais barato, diz estudo da Fiesp

São Paulo, 23 – A crise econômica modificou as escolhas da população brasileira em relação aos alimentos. Se em 2010 a opção preferencial era por alimentos mais nutritivos e enriquecidos com vitaminas em detrimento dos mais baratos, a partir de 2017 a situação se inverteu. Atualmente, o consumidor opta por alimentos mais baratos. Esta é a principal conclusão da pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 23, pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O levantamento, intitulado “A Mesa dos Brasileiros: transformações, confirmações e contradições” ouviu 3 mil pessoas em 12 regiões metropolitanas do País.

O motivador da mudança, aponta, é a crise.

“Os brasileiros tiveram de rever muitos dos seus hábitos, inclusive aqueles relacionados à alimentação”, diz o Deagro/Fiesp, em nota. “O processo de racionalização do consumo atingiu 70% dos entrevistados, que admitiram ter mudado ao menos algum de seus hábitos de compras e consumo de alimentos em função da crise.” A busca por alimentos com desconto ou em promoção, por exemplo, se intensificou, passando de 43% em 2010 para 50% em 2017.

O Deagro/Fiesp informa que dentre as principais atitudes tomadas para tentar minimizar os efeitos da crise se destacaram a busca por melhores oportunidades de compra e o preparo das refeições no próprio domicílio (74%), sendo a maior mostra de internautas, mulheres e classes baixas.

Ainda segundo a pesquisa, 63% afirmaram que pretendem manter parte dos novos hábitos, atingindo principalmente mulheres (65%) e pessoas com renda mais alta (66%), seguido pela classe baixa (58%) e homens (61%).

A pesquisa mostra, além disso, que o consumo de alimentos semiprontos foi afetado em razão da redução do número de pessoas que afirmaram não ter tempo para cozinhar, sendo 46% em 2010 e 38% em 2017. “Com a vida que levo, não tenho tempo para cozinhar em casa”, foi a resposta de 46% dos entrevistados em 2010 e de 38% em 2017. Já a afirmação “prefiro comprar alimentos semiprontos para não perder muito tempo cozinhando” atingiu 42% da mostra em 2010 e apenas 28% em 2017.

Quanto à busca de informação por alimentos, a pesquisa mostra que houve total inversão entre TV e internet. Em 2010, a relevância da TV aparecia entre 40% dos entrevistados, hoje esse porcentual é dedicado à internet, que naquele ano detinha apenas 19% da amostra.

Nessa linha, o porcentual de brasileiros que se consideram muito bem informados sobre a importância dos alimentos para a saúde passou de 15% para 21% entre 2010 e 2017.

Já o nível de conhecimento da maioria dos termos relacionados à alimentação aumentou desde 2010, especialmente “orgânicos”, passando de 40% para 60%, “sustentabilidade”, de 27% para 48% e “emissões de carbono”, de 21% para 35%.