Economia

Com novos privilégios, CLP diz que texto da Administrativa virou 'antirreforma'

Com novos privilégios, CLP diz que texto da Administrativa virou ‘antirreforma’ Com novos privilégios, CLP diz que texto da Administrativa virou ‘antirreforma’ Com novos privilégios, CLP diz que texto da Administrativa virou ‘antirreforma’ Com novos privilégios, CLP diz que texto da Administrativa virou ‘antirreforma’

Com novos privilégios, volta de benefícios para os policiais e sem economia de gastos, a proposta que tinha como objetivo reformular o RH do Estado se transformou em “antirreforma” administrativa depois das mudanças apresentadas pelo relator, Arthur Maia (DEM-BA). Esta é a constatação feita pelo Centro de Liderança Pública (CLP), que anunciou nesta quinta-feira a retirada de apoio à medida.

A proposta de Arthur Maia revoga uma série de conquistas da reforma da Previdência relacionadas a agentes da segurança pública, voltando a regra para o que era antes exclusivamente aos membros das forças. Além disso, o parecer do relator incluiu guardas municipais e policiais legislativos nas forças de segurança, transformando-os em carreiras exclusivas de Estado, e transferiu a Polícia Federal para a competência do Judiciário.

A proposta também abre brecha para a lei que limita os supersalários (ao teto do funcionalismo, hoje R$ 39,3 mil) ser burlada e dificulta o desligamento dos servidores por insuficiência de desempenho.

Também foi retirada a possibilidade de corte de até 25% da jornada de trabalho e remuneração dos futuros servidores públicos, o que poderia economizar R$ 33 bilhões em 10 anos, segundo cálculos da entidade.

Com essas mudanças, o CLP comunicou a retirada do apoio à reforma e disse que o texto de Arthur Maia é uma retrocesso ao PCC – Patrimonialismo, Corporativismo e Clientelismo.

Para o CLP, é impossível reverter as mudanças introduzidas por destaques, emendas, ou por demais mecanismos democráticos.

O CLP estava acompanhando a proposta e subsidiando os parlamentares na análise técnico do texto.

A área técnica da entidade identificou uma lista de oito mudanças que transformaram a proposta em “antirreforma”:

1) Declarou inconstitucionais as emendas que incluíam membros de Poder (juízes, procuradores, promotores) – ou seja nenhuma bancada poderá trabalhar para incluir mais, não podendo haver destaques nem emendas;

2) Abriu brecha constitucional para a Lei de Supersalários ser burlada;

3) Além de constitucionalizar a Avaliação do Desempenho, tornou praticamente impossível o desligamento por insuficiência de desempenho, pois além das regras propostas, determina que o processo seja julgado por comissão de servidores da mesma carreira do servidor em questão;

4) Revogou uma série de conquistas da Reforma da Previdência para agentes da segurança pública, voltando a regra para o que era antes exclusivamente aos membros destas Forças;

5) Criou uma série de novos privilégios para as polícias, sendo:

5.1 – Foro Privilegiado para Delegado-Geral da Polícia Federal;

5.2 – Foro do STJ para delegados da Polícia Civil;

5.3 – Incluiu guardas municipais e policiais legislativos nas forças de segurança, transformando em carreiras exclusivas de Estado;

5.4 – Transferiu a Polícia Federal para a competência do Judiciário, e ainda amplia suas atribuições;

5.5 – Além dos itens expostos, trouxe uma nova pensão por morte para membros da segurança pública, retirou a cassação de aposentadoria como hipótese de sanção administrativa, mudou os tempos de contribuição definidos pelos entes, entre outros;

6) Retirou também o mecanismo de diminuição proporcional de 25% da jornada e remuneração, o único gatilho fiscal real da Reforma;

7) Não previu processo seletivo para Cargos em Comissão (nenhuma alteração significativa em como é hoje);

8) Piorou a legislação de desligamento por obsolescência; em nada melhora a legislação de temporários, pelo contrário, mantém o período para 10 anos; mantém os instrumentos de cooperação na PEC; e por fim, tudo isto posto acima somente será válido para os novos servidores.