Economia

Commodities lideram exportações do país em julho, diz FGV

Segundo a publicação da FGV, em julho, “o crescimento das exportações está associado ao bom desempenho das commodities

Commodities lideram exportações do país em julho, diz FGV Commodities lideram exportações do país em julho, diz FGV Commodities lideram exportações do país em julho, diz FGV Commodities lideram exportações do país em julho, diz FGV
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
A informação consta do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado hoje (14), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV) (Foto/reprodução)

O crescimento de 16,5% nos preços e de 21,9% no volume comercializado levaram as commodities a liderarem o volume das exportações brasileiras em julho, na comparação mensal, e foram as grandes responsáveis pelo saldo da balança comercial do país no mês passado, que fechou positivo em US$ 4,2 bilhões.

A informação consta do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado hoje (14), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV). Com o resultado, o indicador fecha os sete primeiros meses do ano com um saldo acumulado de US$ 34 bilhões, resultado inferior em US$ 18,5 bilhões na comparação com igual período de 2017.

Segundo a publicação da FGV, em julho, “o crescimento das exportações está associado ao bom desempenho das commodities, enquanto o das importações foi influenciado pelas importações de plataformas de petróleo por parte da Petrobras e de parceiros para os campos do pré-sal da Bacia de Santos”.

No saldo comercial do país em julho, os economistas da FGV destacam o aumento no volume exportado do complexo da soja, que na comparação mensal chegou a crescer 40%; petróleo e derivados (41,5%) e carnes (16,2%). Além disso, aumentos de preços acima de 2 dígitos foram registrados no complexo soja (11%), minério de ferro (34%) e petróleo e derivados (50%).

Eles ressaltam ainda o papel relevante da China nos resultados. As exportações de soja em grão para o país asiático aumentaram 65%, seguida de petróleo com 154%, além do crescimento acima de 100% nas vendas de carnes bovina e suína.

A publicação da FGV indica que, em termos de valores, a variação das importações foi de 49,5%, resultado 22% acima da variação das exportações – na comparação entre julho deste ano com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, em relação aos de 2017, as importações cresceram 22% e as exportações 7,9%.

Considerações finais

Para os economistas da FGV, a balança comercial brasileira “permanece numa situação favorável” e o setor externo “continua não sendo um problema para a conjuntura econômica do país”.

Eles avaliam, no entanto, que a evolução da taxa de câmbio real efetiva, que desvalorizou 10,6% entre janeiro e julho de 2018, apresenta prós e contras. “Se por um lado a desvalorização é positiva para as exportações, variações acentuadas e volatilidade cambial não são favoráveis para operações de comércio exterior”. O entendimento é de que “expectativas de desvalorizações adiam decisões de exportar e antecipam as de importar”.

No que diz respeito à questão de médio/longo prazo, a avaliação é de que a concentração das exportações em commodities (em julho, soja em grão, minério de fero e petróleo explicaram 41% das exportações) cria uma dependência do mercado chinês que coloca questões sobre a agenda da política comercial para o próximo governo.