Comparando Espírito Santo e Suíça: muito além do tamanho, existe um grande potencial econômico

José Neto Rossini Torres é gestor comercial, assessor de investimento alta renda, Advogado, especialista em planejamento financeiro e autor dos livros: “Investe Logo: Compartilhando experiências com o investidor iniciante” e “O Caminho para o sucesso na Assessoria de Investimentos: Processo, Relacionamento e Intensidade”.

Quando alguém menciona o Espírito Santo e a Suíça na mesma frase, é comum que a comparação comece pelo tamanho. Nesse sentido, os dois têm dimensões territoriais semelhantes. Porém essa é, talvez, a menor de suas semelhanças. O que poucos percebem é que o Espírito Santo vem construindo, nos últimos anos, um protagonismo econômico que o coloca como referência nacional. E com aprendizados importantes, inclusive, para a gestão financeira da sua própria população.

A Suíça é reconhecida por sua estabilidade econômica, alto padrão de vida, excelência em serviços financeiros bem como cultura de planejamento de longo prazo. Do mesmo modo o Espírito Santo, por sua vez, tem conquistado espaço com sua disciplina fiscal, logística eficiente, vocação exportadora bem como um PIB per capita acima da média nacional.

Enquanto muitos estados brasileiros ainda enfrentam desequilíbrios fiscais, o Espírito Santo mantém, em 2025, a nota A na Capacidade de Pagamento (Capag) do Tesouro Nacional. Resultado de uma gestão responsável e de um ambiente favorável ao investimento.

O Estado mostra força em setores estratégicos: exportações robustas (com destaque para petróleo, celulose, minério de ferro, granito e café), portos modernos e competitivos como os de Vitória, Aracruz e Tubarão. E ainda mais um crescente protagonismo na transição energética, com investimentos consistentes em energia limpa. Do mesmo modo o ambiente de inovação ganha corpo, especialmente com o fortalecimento do ecossistema de startups. No turismo, o cenário segue promissor, com investimentos importantes e novos empreendimentos surgindo. Ou seja, com esses avanços, o Espírito Santo consolida sua posição como uma potência regional. E com influência crescente em diversos setores da economia real.

Porém é preciso fazer um alerta importante: o avanço econômico do Estado ainda não se reflete, na mesma medida, na educação financeira da sua população. Muitas famílias capixabas seguem enfrentando desafios sérios como o endividamento excessivo. Do mesmo modo, a ausência de um planejamento financeiro estruturado, o desconhecimento sobre produtos de investimento e previdência, além de uma compreensão limitada sobre seus próprios direitos e deveres financeiros.

Essa lacuna representa um risco silencioso que pode comprometer não apenas o bem-estar individual, mas também o desenvolvimento sustentável da região. Ou seja, de que adianta um Estado prosperar se as pessoas que vivem nele não têm as ferramentas para crescer junto?

A Suíça construiu sua reputação com base em estabilidade, educação e visão de longo prazo. O Espírito Santo está trilhando esse mesmo caminho, com uma economia sólida e uma gestão moderna. O próximo passo, e talvez o mais importante, é garantir que o capixaba acompanhe esse crescimento, desenvolvendo sua autonomia financeira e ampliando sua visão de futuro.

Quando isso acontecer, o Espírito Santo não será apenas “comparado” à Suíça, será reconhecido como um verdadeiro modelo de estado próspero, equilibrado e preparado para o futuro.

José Neto Rossini Torres é gestor comercial, assessor de investimento alta renda, Advogado, especialista em planejamento financeiro e autor dos livros: “Investe Logo: Compartilhando experiências com o investidor iniciante” e “O Caminho para o sucesso na Assessoria de Investimentos: Processo, Relacionamento e Intensidade”.