Economia

Conselheiros dos empregados da Eletrobras rebatem campanha do MME

Conselheiros dos empregados da Eletrobras rebatem campanha do MME Conselheiros dos empregados da Eletrobras rebatem campanha do MME Conselheiros dos empregados da Eletrobras rebatem campanha do MME Conselheiros dos empregados da Eletrobras rebatem campanha do MME

A campanha do Ministério de Minas e Energia (MME) pela privatização da Eletrobras, toda baseada em uma suposta ineficiência da empresa para justificar sua venda, continua rendendo críticas e reuniu, pela primeira vez, os oito conselheiros representantes dos empregados no Conselho de Administração do Sistema Eletrobras.

Em Carta Aberta enviada ontem aos empregados das empresas – Eletrobras, Chesf, Furnas, Eletronorte, Cepel, Eletronuclear, Eletrosul e CGTEE -, os conselheiros se disseram perplexos com a campanha considerada por eles difamatória, diante do fato que as ações da companhia são negociadas em bolsa e, portanto, correm risco de desvalorização com a propaganda. No sentido inverso, os conselheiros chamam atenção para a real situação da estatal.

“Graças à Eletrobras, milhões de torcedores de áreas rurais podem hoje assistir os gols dos seus times e poderão assistir também os gols da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia em junho deste ano”, ironizam, em referência a uma das peças publicitárias que afirma que se a Eletrobras for privatizada, os consumidores não vão mais perder nenhum gol: “Chega de corte de energia na final do Campeonato. Com a modernização da Eletrobras a luz está garantida!”, afirma a campanha do MME.

“As décadas de operação trazendo energia para as mais diversas regiões do Brasil, a construção de usinas de grandes reservatórios, o domínio da geração de energia nuclear, o investimento em novas fontes alternativas de energia e a construção de corredores de transmissão em alta-tensão deram à marca Eletrobras o status de maior empresa de energia elétrica da América Latina e uma das maiores do mundo”, afirmam na Carta.

Os conselheiros informaram que nos últimos dez anos, incluindo os recentes e raros anos de prejuízo, a Eletrobras distribuiu aos seus acionistas aproximadamente R$ 20 bilhões entre dividendos e juros sobre capital próprio. Distribuições estas aprovadas em Assembleia Geral pela própria União. Deste valor, foram destinados a União, direta e indiretamente, R$ 13 bilhões. No mesmo período, apenas em 2016 os acionistas tiverem que fazer aporte financeiro na empresa.

“Os planos de investimento no recém-aprovado Plano Diretor de Negócios e Gestão 2018-2022, conforme divulgado em Fato Relevante de 17 de dezembro do ano passado, prevê investimentos de cerca de R$ 19,75 bilhões, uma média de R$ 3,95 bilhões por ano. “Valores expressivos demais para uma empresa que não estivesse em equilíbrio”, afirmam na Carta, mais uma vez criticando a peça publicitária que afirma que a Eletrobras é ineficiente, está endividada, e ainda assim sustenta funcionários caríssimos”.

Eles destacam ainda que a Eletrobras possui créditos relativos às indenizações dos ativos não amortizados denominados Rede Básica Sistemas Existentes – RBSE, na ordem de R$ 38,8 bilhões, a valor de setembro de 2017, com recebimento até 2025, corrigidos pelo custo do capital correspondente aos ativos.

“Estabelecer um processo de contínua depreciação destes valores intangíveis reduz o valor da companhia perante os seus stakeholders e definitivamente não atende ao interesse público. É inadmissível que o controlador deliberadamente venha atuando para depreciar a companhia, utilizando argumentos inverídicos e falaciosos”, afirma a Carta.