Estudo faz mapeamento inédito da habitação popular no Brasil Estudo faz mapeamento inédito da habitação popular no Brasil Estudo faz mapeamento inédito da habitação popular no Brasil Estudo faz mapeamento inédito da habitação popular no Brasil
Foto: Tânia Rêgo (Agência Brasil).
Foto: Tânia Rêgo (Agência Brasil).

O estudo analisou as 27 capitais brasileiras, com maior foco em São Paulo. O lançamento das publicações será realizado no dia 11 de março, às 14 horas, no auditório do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) em São Paulo, mas nesta quarta-feira (19/02) alguns dados foram apresentados. O estudo foi desenvolvido em parceria entre o Cebrap e a Fundação Tide Setubal.

Entre os resultados, o estudo aponta que os municípios adotam diferentes critérios para caracterizar a habitação de interesse social, dificultando padronizações. A maioria das capitais utiliza faixas de renda para definir quem pode acessar HIS, mas os limites variam bastante entre as cidades, e apenas algumas capitais possuem sistemas de monitoramento da produção de HIS. Outra questão é que o setor privado recebe incentivos, mas há pouca clareza sobre sua real eficácia na melhoria das condições de moradia.

Foto: Agehab (Governo MS).

As estratégias de monitoramento e análise de questões de controle social relacionadas à habitação, o perfil da produção de Habitação de Interesse Social (HIS) por agentes privados, a localização dos agentes que compõem esse mercado, são pontos nevrálgicos para o enfrentamento da precarização de moradias no Brasil.

Nesta primeira etapa, é divulgado um panorama da HIS no Brasil e como as capitais brasileiras desenharam a produção privada desse modelo de moradia. É um diagnóstico comparativo das 27 capitais brasileiras, com objetivo é buscar modelos que sirvam de referência.

São Paulo

Especificamente sobre a capital paulista, o estudo mostra que a partir de 2020 São Paulo adotou o sistema de licenciamento Aprova Digital, que não tem uma base de dados pública correspondente, impossibilitando o monitoramento adequado. O número de unidades habitacionais licenciadas cresceu significativamente, mas não há garantia de que foram destinadas ao público-alvo, e o controle sobre quem realmente adquire essas unidades é insuficiente, o que pode desvirtuar os objetivos da política.

Bianca Tavolari. Foto reprodução Youtube.

Bianca Tavolari, professora da Escola de Direito da FGV, pesquisadora do CEBRAP e do centro de estudos internacionais Mecila, explica que “a política municipal foi estruturada de forma a delegar ao próprio mercado a responsabilidade de verificar se aqueles que compram essas unidades se enquadram nos critérios de renda estabelecidos pela legislação.”

Ela diz ainda esperar que o debate “ajude a apontar caminhos para aprimorar o desenho dessa política habitacional, trazendo a prefeitura e os órgãos de controle para a conversa”.

Alex Pandini

Repórter

Jornalista com mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.

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