Economia

Contaminação de núcleos de inflação exigiu alta da Selic, diz presidente do BC

Contaminação de núcleos de inflação exigiu alta da Selic, diz presidente do BC Contaminação de núcleos de inflação exigiu alta da Selic, diz presidente do BC Contaminação de núcleos de inflação exigiu alta da Selic, diz presidente do BC Contaminação de núcleos de inflação exigiu alta da Selic, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a classificar os choques inflacionários no Brasil como temporários, mas reafirmou que a autoridade monetária já enxerga a contaminação de outros núcleos inflacionários e, por isso, iniciou o atual ciclo de alta nos juros. “Entre uma reunião e outra do Copom (Comitê de Política Monetária), a projeção para a inflação de 2021 saltou de 3,4% para 5,0%. A maior parte dessa diferença foi causada pelo efeito das commodities. Começamos a ver alguma contaminação em outros núcleos e começamos o que chamamos de processo de normalização parcial, o que é sempre difícil de explicar enquanto o País ainda sofre os efeitos da pandemia”, afirmou, em participação no Encontro de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) com o Banco Mundial, gravada no dia 1º de abril.

Campos Neto voltou a alegar que, quando o Copom baixou a Selic para 2,0% ao ano – em agosto do ano passado – o BC esperava um cenário que não chegou a se realizar, de uma retração maior da economia e uma inflação abaixo do piso da meta para 2020. “Isso nunca se realizou”, completou.

O presidente do BC repetiu a avaliação de que o Brasil continua demandando uma política monetária estimulativa, e por isso o Copom tem chamado o novo ciclo de “normalização parcial”.

Mais uma vez, ele apontou que o emprego formal está se recuperando muito rápido, mas ressaltou ainda enxergar problemas na força de trabalho informal.

Programas de crédito de empresa

O presidente do Banco Central citou nesta terça dificuldades de programas de crédito para empresas com garantia de emprego, como o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), lançado em abril do ano passado. A estimativa do governo era de que a linha de crédito beneficiasse até 12,2 milhões de empregados em 1,4 milhão de firmas, mas o programa não decolou.

“Muitas empresas são muito céticas em garantir o emprego porque não estavam vendo como seria o futuro. Esse programa teve uma adesão baixa porque da forma como foi desenhado as companhias tiveram medo de manter a promessa de manter o emprego”, afirmou Campos Neto.

Sobre os demais programas de crédito lançados durante a pandemia, Campos Neto citou dificuldades para saber se dinheiro está chegando às pequenas empresas.

O Ministério da Economia já anunciou que deve reabrir o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) nas próximas semanas.