Economia

Contato com executivos do mercado são prática no mundo, diz BC, sobre Campos Neto

Contato com executivos do mercado são prática no mundo, diz BC, sobre Campos Neto Contato com executivos do mercado são prática no mundo, diz BC, sobre Campos Neto Contato com executivos do mercado são prática no mundo, diz BC, sobre Campos Neto Contato com executivos do mercado são prática no mundo, diz BC, sobre Campos Neto

O Banco Central afirmou, em nota, que “contatos institucionais periódicos” com executivos de mercados regulados e não-regulados são uma “prática” dos BCs e de autoridades de supervisão no mundo, após ser questionado sobre a conversa entre o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, relatada pelo último em evento na última quinta-feira, 22. O áudio do evento foi obtido pelo site Brasil 247.

Segundo o BC, esses “contatos institucionais periódicos” mantidos pela diretoria colegiada têm como objetivo monitorar “temas prudenciais que possam ameaçar a estabilidade do sistema financeiro” e/ou “colher visões sobre a conjuntura econômica”. A autarquia também afirmou que os contatos, que incluem dirigentes de instituições financeiras ou de pagamento, “seguem rígidas normas legais e de conduta, com destaque para os períodos de silêncio e as regras de exposição pública”.

No evento, Esteves contou que Campos Neto ligou para ele quando a taxa Selic estava “mais ou menos” em 3,50% para perguntar a opinião do banqueiro sobre o nível mínimo (“lower bound”) dos juros básicos da economia brasileira. A Selic caiu de 4,25% para 3,75% em 18 de março de 2020 e chegou a 3,00% em 6 de maio do ano passado.

“O juro estava mais ou menos em 3,5% e o Roberto me ligou para perguntar:André, onde você acha que está o lower bound? Eu falei: Olha Roberto, não sei onde está, mas estou vendo pelo retrovisor, porque acho que já passamos por ele. Em algum momento, a gente se achou inglês demais, e levou esse juro a 2%, o que eu acho que é pouquinho fora de preço. A gente não comporta ainda esse juro. Tivemos várias conquistas aqui. Talvez 4%, 5%, mas 2% foi meio exagerado”, disse o banqueiro, conforme o áudio disponível no site do Brasil 247.

“Política monetária é como uma mola. Quando vai demais para um lado e solta, ela vai demais para outro lado. Vamos ter que subir os juros para 9% ou 10%. Semana que vem tem Copom, acho que o BC vai acelerar o ritmo de alta de juros, para tentar conter um pouco desses excessos que estão por aí”, disse na quinta, logo após o pedido de demissão do Secretário Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, e do Secretário do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt.

Antes, Esteves havia elogiado Campos Neto e a gestão atual do BC e tinha dito que a aprovação da independência da autarquia era “uma excelente evolução institucional”. “Imagina, Lula eleito, vamos ter dois anos de Roberto Campos como presidente do Banco Central. Acho muito importante para o Brasil.”

Leia abaixo a nota do BC na íntegra:

“Como é da prática de bancos centrais e de autoridades de supervisão no mundo, os membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil mantêm contatos institucionais periódicos com executivos de mercados regulados e não-regulados para monitorar temas prudenciais que possam ameaçar a estabilidade do sistema financeiro e/ou para colher visões sobre a conjuntura econômica. Esses contatos incluem dirigentes de instituições financeiras ou de pagamento e seguem rígidas normas legais e de conduta, com destaque para os períodos de silêncio e as regras de exposição pública”