Depois de se aposentar ou enfrentar mudanças na vida profissional, capixabas estão criando negócios próprios e transformando hobbies em renda. O Sebrae aponta que o número de empreendedores com mais de 60 anos passou de 85,8 mil no final do ano passado para quase 92 mil em junho deste ano, um crescimento de 15%.
Márcia Abraão, 63 anos, é motorista executiva e atende principalmente clientes da terceira idade. A ideia surgiu há um mês, após perder o emprego e iniciar o tratamento contra o câncer.
“Esse é um público um pouco mais exigente. Eles querem mais atenção, mais flexibilidade. Às vezes o Uber não oferece, e o táxi também não. Por isso, eu estou trabalhando com esse segmento. Mas isso não impede que eu atenda outras categorias”, afirma Márcia.
Apesar do pouco tempo no novo negócio, ela vê potencial.
O que estamos tentando fazer é levar essas pessoas que ficam em casa para passear. Os filhos cuidam dos netos, mas os pais também precisam viver e passear. Todos já trabalharam muito, e agora chegou a fase de aproveitar a vida.
Márcia Abraão
Quem também se inventou foi Cecília Marta Vieira, ex-secretária que se tornou artesã após se aposentar há cerca de três anos.
“Meu passatempo deu certo. Às vezes as pessoas ficam em casa sem fazer nada, e podem até entrar em depressão. O artesanato ajuda a trabalhar com algo, aprender, manter a mente ativa e ocupada, sem ficar pensando besteira”, explica Cecília.
Segundo Andréa Gama, analista do Sebrae, o perfil dos empreendedores com mais de 60 anos mudou nos últimos anos.
Hoje, a pessoa quer estar envolvida em um negócio, manter a memória e os relacionamentos de trabalho. Novos negócios surgem para atender esse público não só na saúde, mas também em turismo, recreação específica, hospedagens, moda, atividades funcionais, cosméticos e produtos de beleza adequados para a pele madura.
Andréa Gama
*Com informações do repórter da TV Vitória/Record, Alex Pandini