
As vendas no setor de bares e restaurantes recuaram 4,9% em setembro na comparação mensal. A informação é do Índice Abrasel-Stone, divulgado mensalmente pela Stone em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Com relação a igual período de 2024, as vendas apresentaram retração de 3,9%, após uma sequência de três meses de estabilidade. Além dos fatores macroeconômicos, como inflação elevada, pesou também o impacto dos casos de intoxicação por metanol, segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci. “Isso espalhou pânico entre os consumidores e provocou uma queda na movimentação de alguns estabelecimentos”, afirma.
O Brasil registra 46 casos de intoxicação por metanol, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na noite desta sexta, 17.
Metanol gerou incerteza
Para o economista e pesquisador da Stone, Guilherme Freitas, a crise do metanol adicionou um fator pontual de incerteza, enquanto o resultado de setembro reflete um ambiente mais desafiador para o setor de alimentação fora do lar.
“Apesar de o mercado de trabalho seguir em bom nível, com baixa taxa de desemprego, o ritmo de geração de vagas formais perdeu força e o endividamento das famílias segue elevado”, comenta.
Esse quadro limita a renda disponível para consumo e afeta especialmente itens não essenciais, como refeições e bebidas fora de casa, ainda segundo Freitas.
“A inflação específica do setor também continua pressionada, com alta acumulada em doze meses, o que encarece o tíquete médio e aumenta o preço”, complementa.
Dois estados tiveram aumento de vendas
Dos 24 estados contemplados pelo levantamento, apenas dois apresentaram crescimento nas vendas do setor de bares e restaurantes em setembro, na comparação anual: Maranhão (2,6%) e Mato Grosso do Sul (1%).
Já entre os estados com desempenho negativo, as maiores quedas foram observadas em Roraima (11,5%), Pará (9,9%), Rio de Janeiro e Santa Catarina.