O poder dos 17 metros se reflete não apenas no símbolo da “Cruz Reverente”. É a escultura que se ergue imponente na Praça do Papa, marcando a entrada da Baía de Vitória. Ela tem exatamente essa medida. O número também ganhou relevância para a economia local. 17 metros foi o aumento exato das medidas dos navios autorizados a acessar o complexo portuário de Vitória, administrado pela Vports. Com a ampliação do comprimento máximo permitido dos navios de 228 para 245 metros, o número de embarcações aptas a entrar na baía mais que dobrou, passando de 504 para 1.089 navios.
Mais navios significam mais cargas, que geram mais movimento. Ou seja, mais recursos para a cadeia de comércio exterior capixaba. Esse incremento no tamanho das embarcações é resultado da revisão dos parâmetros de LOA (Length Overall), que é o comprimento total do navio. Do mesmo modo tamanho de boca, que é a largura máxima do casco. Ou seja, os navios, a partir da alteração, podem ter até 245 metros de comprimento e 32,5 metros de largura. Os novos parâmetros passaram a valer em agosto.
Fertilizantes, granéis e trigo: as mais de 2025
Essa é uma das armas da Vports para ter um 2025 acima da média. O balanço parcial do ano, a três meses do final, aponta avanços para os Portos de Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho. E isso apesar do tarifaço do Trump. Do ponto de vista da movimentação de cargas, o volume de fertilizantes – uma das cargas mais importantes do porto e essencial para o agro do País – cresceu 13% nos primeiros seis meses do ano em relação ao mesmo período de 2024. Já os combustíveis tiveram aumento de 15%.
Porém, quando se fala de volume, o trigo é o que mais impressiona. A importação cresceu 291%. A importação de máquinas em navios de carga geral cresceu 49%. Granéis minerais como coque de petróleo e carvão registraram aumentos de 38% e 44%, respectivamente. O primeiro semestre também teve recorde: o maior número de veículos movimentados em um único mês: foram 49.650 em junho. Dá-lhe China!
Ou seja, com o aumento no tamanho de navios permitidos na Baía de Vitória, esses números tendem a ser bem melhores no segundo semestre.
Ampliação nos portos da VPorts
No início do ano, a Vports e a Log-In, empresa de logística portuária, assinaram um novo contrato para exploração de uma área extra de 70 mil metros quadrados em Capuaba, Vila Velha. O espaço corresponde a 60% da área total operada hoje pela Log-In/TVV e demandará investimentos de R$ 35 milhões. Em compensação, vai proporcionar mais eficiência e produtividade ao complexo portuário. Nesse sentido, isso inclui contêineres, granito, produtos siderúrgicos, bem como fertilizantes.
Seguimos com investimentos consistentes, foco em eficiência e compromisso com o futuro. Mesmo diante de um cenário desafiador, que incluiu questões como o tarifaço, a Vports segue acelerando e investindo para capacitar o porto e gerar valor, focados em garantir eficiência e agilidade, viabilizar novos negócios e mostrar ao Brasil o potencial logístico do Espírito Santo.
Gustavo Serrão, diretor-presidente da Vports