Economia

Dados do PMI da China sinalizam estabilidade, mas analistas mostram cautela

Dados do PMI da China sinalizam estabilidade, mas analistas mostram cautela Dados do PMI da China sinalizam estabilidade, mas analistas mostram cautela Dados do PMI da China sinalizam estabilidade, mas analistas mostram cautela Dados do PMI da China sinalizam estabilidade, mas analistas mostram cautela

São Paulo – O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria da China ficou estável em 50,1 em maio, o que superou a previsão dos analistas, de 49,9. Economistas mostraram que o número aponta para uma estabilização do setor, porém há cautela entre eles sobre o futuro próximo do setor industrial e sobre a economia da China em geral.

O PMI industrial chinês da Caixin Media e da Markit caiu de 49,4 em abril para 49,2 em maio. O PMI oficial de serviços teve recuo de 53,5 em abril para 53,1 em maio, segundo relatórios divulgados mais cedo.

O economista Ding Shuang, do Standard Chartered, afirmou que o PMI oficial, acima da marca de 50,0 que separa expansão da contração, sinaliza para um impulso no crescimento trimestral, apoiado por estímulos fiscais e monetários. Isso ocorre, porém, no momento em que Pequim expande o crédito mais rápido que o crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB), para manter a estabilidade, disse Ding. “O crescimento estabilizou e a política seguirá acomodatícia”, afirmou o economista. Segundo ele, 6,5% de crescimento de PIB parece ser uma meta muito séria para o governo. “O que as pessoas devem temer é o custo de manter esse crescimento”, afirmou, particularmente em relação ao aumento da relação entre dívida e PIB do país.

Para o economista Iris Pang, da Natixis, o PMI oficial da indústria sugere certa estabilização no setor, mas a mensagem dos subíndices da pesquisa parece contradizer isso. Houve recuos, por exemplo, nos itens de novas encomendas e de novos pedidos de exportação. Os subíndices de emprego, da indústria e de serviços estavam abaixo de 50, o que pode significar mais desemprego para a economia do país, disse Pang.

Na opinião do economista Zhang Fan, do banco RHB, o impulso na indústria chinesa não deve se sustentar nos próximos meses, antes de Pequim cortar o excesso de capacidade nas indústrias com inchaço e com a redução na demanda pelos produtos chineses dentro e fora do país. As grandes companhias chinesas já sentem o peso do corte na produção estatal, segundo o economista. Zhang prevê que a economia chinesa desacelerará mais no segundo trimestre e que a taxa de crescimento do país se aproxime da marca mínima almejada por Pequim, de 6,5%, nos próximos trimestres. O economista ainda avalia que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) não deve cortar mais o compulsório bancário, diante da força do dólar e das expectativas de uma elevação na taxa de juros em breve nos Estados Unidos.