Economia

Data Business aponta que ES pode se tornar hub internacional de logística

Para ser um hub internacional de logística, participantes de encontro promovido pela Apex Partners em parceria com a Rede Vitória apontaram que é preciso vender ES para fora do país, ter infraestrutura e segurança para investidores

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Durante o Data Business Logística, debatedores apontaram que Estado precisa ser reconhecido como ótimo ambiente de negócios no cenário internacional. Crédito: Edu Kopernick
Durante o Data Business Logística, debatedores apontaram que Estado precisa ser reconhecido como ótimo ambiente de negócios no cenário internacional. Crédito: Edu Kopernick

“É preciso mostrar no exterior e em outros centros importantes do país que o Espírito Santo existe”. A fala de Felipe Caroni, diretor-executivo da Rede Vitória, foi um dos momentos mais importantes do Data Business Logística. O evento, promovido pela Apex Partners em parceria com a Rede Vitória, reuniu empresários, autoridades e especialistas para discutir o futuro da logística e a posição do Espírito Santo no comércio global. A defesa de uma comunicação estratégica reforçou a ideia de que competitividade passa não apenas por infraestrutura, mas também por visibilidade.

No painel “Espírito Santo: a ponte do Brasil com o mundo”, Pedro Chieppe, vice-presidente da Apex, afirmou que o mercado de capitais pode ser a principal saída para financiar grandes projetos logísticos no Estado. Segundo ele, sem mecanismos de atração de capital privado, obras estruturantes ficam inviáveis ou lentas demais. A fala reforçou a importância da combinação entre políticas públicas e ambiente favorável ao investimento privado.

Caroni também ressaltou que o Espírito Santo precisa se posicionar como marca reconhecida no cenário internacional. Para ele, divulgar as vantagens logísticas do Estado em praças como Nova York ou Londres é um caminho estratégico para atrair novos parceiros. O debate foi mediado por Ricardo Frizera, sócio-diretor da Apex Partners, que pontuou a relevância da aviação para a economia.

Frizera lembrou que o Espírito Santo se tornou, nos últimos anos, o maior importador de aeronaves executivas do Brasil. Segundo ele, esse dado ilustra a capacidade de o Estado se integrar a mercados de alto valor agregado. Para os especialistas presentes, setores como a aviação executiva, a mineração e a siderurgia são exemplos de como a logística capixaba precisa estar preparada para atender demandas sofisticadas e em escala global.

Parklog pode fazer diferença na logística

No painel sobre Aracruz e o Parklog, Giuliano Guasti, diretor da Imetame, atualizou o público sobre o andamento das obras do Porto Imetame. Ele destacou os 400 metros de píer já concluídos e o avanço da dragagem. Guasti explicou que a meta é transformar o porto em um terminal multipropósito, capaz de atender cargas de diferentes setores, incluindo contêineres, grãos e carga geral.

Também participaram do painel Pedro Benevides, da Vports, e Alexandre Billot, da Portocel. Benevides chamou atenção para o impacto social e educacional da atividade portuária. Nesse sentido ele citou a criação do Senai Porto, em Vitória, como exemplo. Segundo ele, a capacitação de mão de obra especializada é fundamental para manter a competitividade. Billot, por sua vez, destacou que a estratégia da Portocel está voltada para ampliar sua presença em outras regiões do país, garantindo diversificação e expansão de mercado.

A infraestrutura rodoviária foi outro ponto abordado. Roberto Amorim, diretor da Ecovias Capixaba, afirmou que a duplicação da BR-101 é fundamental para reduzir custos logísticos. Ele defendeu que os corredores rodoviários precisam acompanhar o crescimento dos terminais portuários, sob pena de limitar a competitividade. O argumento reforçou a ideia de que o Espírito Santo precisa trabalhar de forma integrada para se consolidar como hub de logística.

Comércio exterior e competitividade

O painel dedicado ao comércio exterior discutiu os impactos da política tarifária dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Léo Conick, da Superia, alertou para a necessidade de diversificação de mercados. Segundo ele, depender de poucos destinos aumenta a vulnerabilidade do setor produtivo. O debate também destacou que o Espírito Santo pode ser protagonista nesse processo, oferecendo alternativas logísticas para empresas que buscam novos mercados na Europa e na Ásia.

Os participantes reforçaram que, além da infraestrutura física, o ambiente regulatório é essencial para atrair investimentos. A segurança jurídica, as regras claras e a previsibilidade foram apontadas como fatores que diferenciam o Espírito Santo em relação a outros estados. Ao mesmo tempo, a integração com o Centro-Oeste e a interiorização da logística foram vistas como passos decisivos para ampliar a base produtiva atendida pelos portos capixabas.

O evento teve ainda a fala do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Santos. Ele defendeu políticas públicas integradas e de longo prazo para transformar o Espírito Santo em referência logística nacional e internacional. Para o parlamentar, a união entre setor produtivo, governo e sociedade civil é indispensável para sustentar o crescimento.

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.