Economia

Debate sobre modelo de capitalização traz momentos tensos em audiência com Guedes

Debate sobre modelo de capitalização traz momentos tensos em audiência com Guedes Debate sobre modelo de capitalização traz momentos tensos em audiência com Guedes Debate sobre modelo de capitalização traz momentos tensos em audiência com Guedes Debate sobre modelo de capitalização traz momentos tensos em audiência com Guedes

O debate sobre a introdução do modelo de capitalização produziu um dos momentos mais tensos da audiência pública do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta quarta-feira, 3. Guedes provocou os parlamentares do PT, ao afirmar que a ex-presidente da República Dilma Rousseff foi a primeira a fazer a capitalização ao instituir o Funpresp (a aposentadoria complementar dos servidores públicos). A resposta irônica do ministro provocou críticas e início de novo bate-boca, logo contido.

Em resposta a deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), o ministro voltou a ser irônico. Mattos, que é da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), questionara Guedes sobre o modelo de capitalização proposta pelo governo na reforma.

“O senhor é um felizardo beneficiário (da capitalização), eu gostaria que os outros pudessem usufruir”, disse o ministro. “Então, o regime em si não é tão ruim”, acrescentou. Guedes disse que era preciso de gente da qualidade do deputado para gerir os fundos de previdência.

O ministro afirmou que a capitalização proposta pelo governo não representa um desmanche do sistema atual de Previdência. “Estamos abrindo uma porta para o regime de capitalização, mas ele é optativo”, disse.

Guedes voltou a afirmar que, se a reforma da Previdência, não for aprovada com alguma potência fiscal, a capitalização não será apresentada pelo governo. “Fiquem tranquilos!”, disse.

Ele pregou o diálogo sobre a discussão da capitalização e lembrou que a proposta da Previdência garante um salário mínimo para os aposentados. “Vamos exigir que exista um salário mínimo garantido. Ninguém vai receber menos. Está escrito na PEC”, ponderou.

Menos paixão

O ministro apelou para a necessidade de a discussão menos passional. “Não podemos ser superficiais. Ficamos apaixonados. A eleição acabou há três meses. Não dá para apaixonar. O governo foi eleito”, disse ele, acrescentando que o jovem vai escolher em qual regime quer entrar: o antigo ou a capitalização.

Diante dos ataques da oposição, o ministro disse que não iria cair na provocação dos parlamentares. “Vou seguir o rito”, disse.

O ministro aproveitou para alfinetar os deputados do PT ao destacar que todos sabiam que fez um aumento irresponsável das desonerações e subsídios. “Quem mais fez desoneração de 2% para 4% do PIB, todo mundo sabe quem cometeu essa irresponsabilidade fiscal de dar dinheiro para campeões nacionais e grupos próximos”, cutucou. Guedes ponderou que as eleições aconteceram e mudaram essa situação.

Para ele, o Brasil quebra, se não fizer uma reforma fiscal com uma alguma potência. Mas disse que o problema previdenciário segue para frente com filhos e netos a bordo, se não for feita. “Convive com o drama quem não aprende com a própria experiência”, comentou.

Ele prometeu atacar as renúncias e fazer a reforma tributária.