Economia

Demissões nas pequenas indústrias batem recorde

Demissões nas pequenas indústrias batem recorde Demissões nas pequenas indústrias batem recorde Demissões nas pequenas indústrias batem recorde Demissões nas pequenas indústrias batem recorde

São Paulo – As demissões nas micro e pequenas indústrias do Estado de São Paulo registraram recorde em novembro pelo segundo mês consecutivo. De acordo com o levantamento do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi-SP), 19% das empresas consultadas disseram ter demitido no mês anterior – em média, fecharam 2,2 postos de trabalho.

No acumulado de janeiro a novembro, demissões bateram à porta de 17% das empresas, que cortaram no período 1,195 milhão de vagas. Se subtraídas as contratações no ano, o total de postos de trabalho cortados foi de 288 mil. A pesquisa também mostra que 94% dos empresários não pretendem contratar funcionários no mês de dezembro. Pelo contrário: pretendem fechar em média 2,4 postos no mês.

A expectativa para os próximos meses também não é animadora: 58% acreditam que o desemprego no Brasil crescerá nos próximos três meses – o patamar mais alto desde o início da pesquisa, em março de 2013. Em outubro, esse porcentual era bem inferior: 40%.

“Uma das razões é a inadimplência, pois 47% das empresas disseram ter sofrido calote no recebimento”, diz Joseph Couri, presidente do Simpi-SP. “O segundo é a falta de crédito: as empresas não conseguem obter crédito junto ao sistema financeiro. O terceiro é um aumento de custos da produção que não está conseguindo ser repassado, face à concorrência desleal dos produtos importados”, afirma.

Segundo Couri, o pacote de estímulo ao crédito com a liberação do compulsório lançado pelo Banco Central em agosto não foi benéfica à categoria. “Não chegou na ponta: o sistema financeiro não repassou às empresas”, diz. “Se não houver flexibilização de crédito e melhoria nas condições concorrenciais, o cenário vai ficar cada vez mais difícil. O ano de 2015 vai depender exclusivamente das medidas governamentais”, diz.

Queda brusca

Há poucos meses, não havia esmaltes mais cobiçados em salões de beleza e perfumarias do que a coleção Giovanna Antonelli, sobretudo o azul “Frio na Barriga”, que teve um estouro de vendas em todo o País. Na onda do sucesso das unhas da atriz em seu papel numa novela, a Specialittà, fabricante da coleção, viu sua produção crescer mais de 200% de março a julho. Quase seis meses depois, a situação se inverteu completamente: a empresa viu a demanda cair a quase um terço, e teve de tomar atitudes drásticas: demitiu metade de seus 60 funcionários.

“De outubro para cá, sentimos uma queda, mas em novembro e dezembro ela se acentuou muito”, diz Orestes Polisel, diretor de marketing da empresa. “Estamos no mesmo bolo de muitas outras empresas, pois nesse fim de ano o consumo está muito em baixa. Acredito que isso se deve à apreensão das pessoas em relação ao futuro, de como vai ser a política econômica em 2015. Além disso, muitos estão endividados”, diz.

Por causa dos cortes, a fábrica, localizada no Alto da Mooca, zona Leste de São Paulo, passou a fazer apenas um em vez de dois turnos. A produção caiu de 3 milhões de frascos por mês no primeiro semestre para 1 milhão. Os estoques foram reduzidos à metade. “Como tivemos uma coleção muito bem sucedida, vamos crescer bem em 2014 apesar de tudo”, diz Orestes. “Mas a demanda de dezembro está cerca de 20% menor do que no ano passado e 50% menor do que projetamos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.