Economia

Desacelaração de investimentos na indústria do país deve continuar

De acordo com a pesquisa do Ibre, 27% das empresas industriais indicaram a expansão da capacidade produtiva como principal objetivo para investimentos no ano corrente

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O número de empresas que admitem ter investido mais nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses imediatamente anteriores caiu de 37% para 31%, do primeiro para o segundo trimestre do ano. Ao mesmo tempo, aumentou de 18% para 24% o percentual de empresas que declararam que investiram menos, na mesma base de comparação. Os dados estão na pesquisa Sondagem de Investimentos relativa ao 2º trimestre do ano e divulgada hoje (13), pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas. 

Em relação aos próximos 12 meses, a sinalização é da continuidade da desaceleração dos investimentos, uma vez que 30% das empresas preveem investir mais e 21% programam menos que nos 12 meses anteriores. A diferença de 9 pontos percentuais entre a proporção de respostas favoráveis e desfavoráveis é a menor da série. No primeiro trimestre de 2014, estes percentuais eram 34% e 16%, respectivamente.

De acordo com a pesquisa do Ibre, 27% das empresas industriais indicaram a expansão da capacidade produtiva como principal objetivo para investimentos no ano corrente. A proporção é 5 pontos percentuais inferior à prevista no ano passado e é também a menor desde 2009 (24%). Majoritária em anos de maior crescimento dos investimentos produtivos do setor industrial, a expansão da capacidade foi o objetivo mais citado nas edições das sondagens de 2007-2008 e 2010-2011. O resultado sinaliza, portanto, uma diminuição dos investimentos para este ano.

Por outro lado, a principal motivação para investimentos produtivos em 2014 foi o aumento da eficiência produtiva, citado por 31% das empresas industriais. A proporção, no entanto, é inferior aos 33% previstos no ano anterior. A motivação que mais avançou em relação a 2013 foi a substituição de máquinas e/ou equipamentos (24% das empresas) com alta de 6 pontos percentuais em relação ao ano passado e maior frequência da série histórica iniciada em 1998.

Já a proporção de empresas que informam estar sem programa de investimentos no momento ficou em 18% do total, contra 17% em 2013.

Entre as empresas que percebem entraves à realização de investimentos, o fator mais lembrado foi a limitação de recursos, mencionado por 45% das empresas, um aumento de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

O segundo fator inibidor mais citado foram as incertezas acerca da demanda, apontado por  37% das empresas. A proporção ficou acima dos 31% de 2013 e é a maior desde 2009 (50%). O fator carga tributária elevada vem a seguir, citado por 36% das empresas – redução de 1 ponto percentual frente ao ano passado. Já o custo de financiamento aumentou em relação a 2013, de 22% para 28% do total. “Por três anos consecutivos, o item taxa de retorno inadequada é apontado por 22% das empresas, mantendo-se no maior patamar da série histórica iniciada em 2004”. 

A pesquisa Sondagem de Investimentos é feita pelo Ibre-FGV, que consultou nesta última edição 630 empresas industriais, responsáveis por vendas que totalizam R$ 555 bilhões, a respeito de investimentos nos últimos 12 meses e projetados para os 12 meses seguintes. As empresas também avaliaram as principais motivações e fatores limitativos aos investimentos produtivos neste ano.

A partir da edição do segundo trimestre de 2012, a Sondagem de Investimentos passou a incluir um quesito que procura obter das empresas industriais uma avaliação qualitativa sobre a evolução dos investimentos produtivos nos 12 meses anteriores e posteriores à pesquisa.