Economia

Desaceleração da queda da atividade indica chegada ao fundo do poço, diz FGV

Desaceleração da queda da atividade indica chegada ao fundo do poço, diz FGV Desaceleração da queda da atividade indica chegada ao fundo do poço, diz FGV Desaceleração da queda da atividade indica chegada ao fundo do poço, diz FGV Desaceleração da queda da atividade indica chegada ao fundo do poço, diz FGV

Rio – A desaceleração do ritmo de queda da atividade econômica em abril, apontada pelo Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV), é mais um sinal de que a economia pode ter parado de piorar, após chegar ao fundo do poço. A avaliação é da economista Juliana Cunha, pesquisadora da equipe responsável pelo indicador no Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

Nesta quinta-feira, 16, a FGV informou que o Monitor do PIB apontou queda de 0,86% no PIB no trimestre até abril ante o trimestre móvel imediatamente anterior, o melhor resultado em quatro trimestres. No trimestre encerrado em janeiro, o Monitor do PIB havia apontado recuo de 1,23%. Em relação a igual período de 2015, o indicador apontou queda de 4,6% no trimestre encerrado em abril, enquanto no primeiro trimestre havia recuado 5,4% ante os três primeiros meses do ano passado.

“Pode ser um sinal de que o fundo do poço já chegou. Agora, a maior preocupação é com a velocidade da saída desse poço”, afirmou Juliana.

A economista sugeriu cautela antes de se pensar em recuperação da economia. A inflação pressionada e a tendência de alta no desemprego (e queda na renda) seguirão derrubando o consumo das famílias, enquanto o movimento de estabilização da queda da atividade está sendo puxado pela indústria da transformação.

Pelo Monitor da FGV, o PIB da indústria de transformação encolheu 8,4% no trimestre encerrado em abril, em relação a igual período de 2015. No primeiro trimestre do ano, a queda foi de 10,5%, na mesma base de comparação, enquanto no quarto trimestre de 2015 houve recuo de 12%.

“A indústria da transformação alavanca praticamente todas as atividades, especialmente no setor de serviços”, disse Juliana.

O problema é que a melhora na indústria da transformação dificilmente terá efeito positivo sobre o consumo das famílias, ponderou a economista da FGV. Com grande ociosidade, a indústria tem espaço para produzir mais sem gerar empregos nem melhoria na renda.

Tanto que a projeção para o consumo das famílias melhorou menos. No trimestre móvel encerrado em abril, o consumo das famílias encolheu 5,8% ante igual período de 2015. No primeiro trimestre fechado, a queda foi de 6,3%, conforme os dados já divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).