Economia

Desigualdade de renda alcança maior patamar já registrado, diz FGV

Diferença registrada em março foi a maior em série histórica desde 2012; estudo destaca aumento da desigualdade durante a crise econômica

Desigualdade de renda alcança maior patamar já registrado, diz FGV Desigualdade de renda alcança maior patamar já registrado, diz FGV Desigualdade de renda alcança maior patamar já registrado, diz FGV Desigualdade de renda alcança maior patamar já registrado, diz FGV
Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

A desigualdade no mercado de trabalho brasileiro alcançou o maior nível em pelo menos sete anos, segundo estudo do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). O índice de Gini, que mede a concentração e a desigualdade de renda do trabalho, alcançou 0,627, o maior patamar da série histórica iniciada em 2012, quando o índice era de aproximadamente 0,608. Quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade.

De acordo com o pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV IBRE, Daniel Duque, a desigualdade da renda subiu quando se analisa a renda individual do trabalhador e também a renda por domicílios.

O estudo da FGV mostrou ainda que o aumento na renda dos mais ricos e a queda na renda dos mais pobres é uma constante na crise econômica, considerando o período desde 2015. A variação acumulada real da renda média entre os mais ricos (10% da população) e os mais pobres (40% da população) mostra que, até 2015, os mais ricos tiveram aumento real de 5%, e, os mais pobres, de 10%. Depois disso, a renda acumulada real dos mais ricos aumentou, 3,3%, e a dos mais pobres caiu mais de 20%.

Observando-se a série histórica, desde 2012, a renda real acumulada dos mais ricos aumentou 8,5%, e a dos mais pobres caiu 14%.

O pesquisador Daniel Duque afirma que os mais pobres sentem muito mais o impacto da crise em razão da vulnerabilidade social. “Há menos empresas contratando e demandando trabalho, ao passo que há mais pessoas procurando. Essa dinâmica reforça a posição social relativa de cada um. Quem tem mais experiência e anos de escolaridade acaba se saindo melhor do que quem não tem”, explica.