Economia

Desonerações ampliam desafio do cenário fiscal, diz MCM

O economista Antonio Madeira acredita que que, par compensar a medida, o governo provavelmente vai manter a elevação do IPI para veículos e bebidas frias

Desonerações ampliam desafio do cenário fiscal, diz MCM Desonerações ampliam desafio do cenário fiscal, diz MCM Desonerações ampliam desafio do cenário fiscal, diz MCM Desonerações ampliam desafio do cenário fiscal, diz MCM

São Paulo – A decisão do governo em tornar a desoneração da folha de pagamento uma medida permanente para os 56 setores já contemplados vai tornar o cenário fiscal do ano que vem mais desafiador, na visão no economista da MCM Consultores, Antonio Madeira. “Não estávamos contando com essa decisão, imaginávamos justamente o contrário, que o governo voltasse com uma parte das desonerações em 2015 ou integralmente”, disse.

Segundo o economista, mesmo sem contar com a permanência das desonerações, o cenário fiscal de 2015 já exigia “grandes desafios” para cumprimento da meta. “Tínhamos a previsão de um superávit de 2% do PIB no que vem. Já não ia ser fácil, agora com essa decisão o governo vai ter que buscar arrecadação em outro lugar”, disse. Madeira acredita que, para compensar a medida, o governo provavelmente vai manter a elevação do IPI para veículos e bebidas frias.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a previsão do impacto da desoneração da folha de pagamento para 56 setores é de R$ 21,6 bilhões neste ano e que o volume da renúncia fiscal pode crescer nos próximos anos, conforme mais contratações forem feitas pelas empresas.

Madeira disse que a decisão, a princípio, não altera as projeções de um superávit fiscal de 2% no ano que vem. “O que aumento é o risco de não se cumprir essa meta”, reforça. Para este ano, a consultoria trabalha com a estimativa de 1,3% do PIB, abaixo da meta do governo de 1,9%.

Questionado se acreditava que a permanência da desoneração era uma medida política do governo para agradar empresários por conta do ano eleitoral, Madeira ponderou que a decisão mostra que o governo percebe a situação ruim da economia. “(A decisão) mostra que o governo está preocupado com a atividade que não anda, com um crescimento do PIB que deve ser baixo e com o baixo nível de confiança”, afirmou. “A pressão aumentou e o fiscal vai pagar a conta”, disse.