Economia

Desonerações da folha 'praticamente' não geraram emprego, diz Levy

Desonerações da folha ‘praticamente’ não geraram emprego, diz Levy Desonerações da folha ‘praticamente’ não geraram emprego, diz Levy Desonerações da folha ‘praticamente’ não geraram emprego, diz Levy Desonerações da folha ‘praticamente’ não geraram emprego, diz Levy

Brasília – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu nesta quarta-feira, 29, a necessidade de fortalecer as receitas. Durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Levy, no entanto, não citou novos aumentos de impostos. “Temos de fortalecer a receita, porque a arrecadação caiu e os gastos não”, afirmou.

Levy apresentou dados mostrando que a carga tributária caiu nos últimos anos e voltou a defender a redução de desonerações concedidas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Os dados apresentados pelo ministro mostram que as desonerações custavam ao governo R$ 46 bilhões em 2012, gasto que alcançou R$ 113 bilhões em renúncias em 2015.

O ministro citou a desoneração da folha que, segundo ele, praticamente não gerou empregos e custa duas vezes o montante gasto com o programa “Minha Casa, Minha Vida” por ano. Ele lembrou que, mesmo com o aumento da alíquota da contribuição previdenciária incidente sobre a folha de pagamentos, a desoneração ainda custará R$ 12 bilhões por ano para o governo.

“Temos de mudar isso ou não conseguiremos alcançar o equilíbrio necessário”, ponderou. “O objetivo é simplificar a cobrança de tributos, e a desoneração da folha é complicada e cria riscos jurídicos”, completou.

Em resposta a perguntas dos deputados que participam da audiência, Levy diz que “boa parte das desonerações não eram peregrinas da política regional”, disse, ao ser questionado sobre a importância dessas políticas para algumas regiões do País. Ao falar sobre o aumento das vendas de automóveis no Nordeste, Levy disse que elas cresceram basicamente pela redução das alíquotas de IPI e por vantagens dadas para a fabricação de automóveis.

Questionado sobre a situação dos restos a pagar, o ministro disse que boa parte deles reflete algumas ações que se estendem há muitos anos. Outra parte, segundo Levy, está sendo paga, “o que é uma boa prática”.

Ainda segundo Levy, só mudanças como as restrições na concessão de seguro desemprego e abono salarial não serão suficientes. “Temos que fazer reequilíbrios em vários setores. O governo está cortando na carne e reduzindo despesas”, afirmou.

Na avaliação do ministro, as mudanças feitas pelo governo foram onde havia excessos, sem tirar diretos do trabalhador. Ele ressaltou que é necessário fazer um ajuste fiscal robusto para retomar a confiança dos investidores.

“O Brasil está mais próximo do grau especulativo do que do grau de investimento. O risco de perder o investment grade hoje é muito menor do que quando cheguei a Brasília, mas, se não fizer o ajuste, volta o risco”, declarou.