Economia

Desvalorização cambial tem forte repercussão no IPP de agosto, diz IBGE

Desvalorização cambial tem forte repercussão no IPP de agosto, diz IBGE Desvalorização cambial tem forte repercussão no IPP de agosto, diz IBGE Desvalorização cambial tem forte repercussão no IPP de agosto, diz IBGE Desvalorização cambial tem forte repercussão no IPP de agosto, diz IBGE

Rio – A grande desvalorização do real ante o dólar teve forte repercussão sobre os resultados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) em agosto, afirmou nesta sexta-feira, 25, Alexandre Brandão, gerente da pesquisa. Com isso, o indicador subiu 0,97% no mês passado, a maior taxa mensal desde março de 2015, quando o câmbio também pressionou a inflação na porta de fábrica.

Os bens de capital são os mais atingidos pela desvalorização do real, que beirou os 9% no mês passado, destacou Brandão. A alta da categoria chegou a 2,44% em agosto. “Os aviões lideram nessa categoria, porque têm um peso muito grande, 14%. Além disso, o impacto do dólar em preços de aviões é imediato”, explicou. Os tratores agrícolas, por sua vez, ficaram mais caros às vésperas da época de compra para a próxima safra. “Tem também uma parte que é exportada e sofre influência do câmbio”, disse.

Já os bens de consumo duráveis recebem o impacto do dólar por meio da madeira, matéria-prima usada em diversos móveis, uma vez que os automóveis não têm encontrado espaço para reajustes consideráveis, devido à retração na demanda. “A madeira é uma commodity muito exportada, o preço acaba subindo e isso reflete no setor em que ela é matéria-prima”, contou Brandão.

Outro ponto é o fim do programa Minha Casa Melhor, que antes incentivou produtores a reajustar preços na esteira da demanda maior. “Nesse momento, quando esses programas não têm mais tanto efeito assim, o produto está no negativo”, disse o gerente. Mesmo assim, a alta de duráveis ficou em 0,78% no mês passado, após recuos nos preços tanto em junho quanto em julho.

Os bens de consumo não duráveis também foram influenciados pelo câmbio, apontou Brandão. O avanço nos preços da categoria foi de 0,88%. “Carnes, suco de laranja e óleo de soja são produtos exportáveis, então o efeito câmbio é muito grande. Além disso, no caso da soja, estamos no período de entressafra, em que o preço aumenta”, destacou.

Por outro lado, os minérios de ferro e o petróleo, mesmo cotados em dólar, tiveram queda nos preços em agosto. Isso porque as cotações das commodities no mercado internacional estão recuando, o que anula o avanço do câmbio, segundo o gerente do IBGE. Mesmo assim, os bens intermediários tiveram alta de 0,81% nos preços em agosto, já que o dólar – mais uma vez – pressionou preços de adubos, celulose e fumo. “É um resultado muito marcado pelo câmbio”, reforçou Brandão.