Economia

Diretoria do BNDES apresenta novo modelo de cálculo da TJLP

Após a reunião com os superintendentes, o novo modelo é tido como oficial nas conversas de corredor do BNDES, conforme uma das fontes ouvidas

Diretoria do BNDES apresenta novo modelo de cálculo da TJLP Diretoria do BNDES apresenta novo modelo de cálculo da TJLP Diretoria do BNDES apresenta novo modelo de cálculo da TJLP Diretoria do BNDES apresenta novo modelo de cálculo da TJLP
Procurada, a assessoria de imprensa do BNDES informou que o banco não se pronunciará sobre o assunto. Foto: Estadão Conteúdo

Rio – A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou nos últimos dias para o conjunto de superintendentes da instituição de fomento o novo modelo de cálculo da TJLP, taxa de juros usada nos empréstimos do banco, segundo duas fontes que falaram sob condição de anonimato.

A proposta é vincular a TJLP à taxa das NTN-Bs, títulos públicos atrelados à inflação, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo no fim do ano passado. Após a reunião com os superintendentes, o novo modelo é tido como oficial nas conversas de corredor do BNDES, conforme uma das fontes ouvidas. A redação do projeto de lei, com participação ativa da diretoria do banco de fomento, estaria avançada. Procurada, a assessoria de imprensa do BNDES informou nesta quarta-feira, 18, que o banco não se pronunciará sobre o assunto.

Os estudos para mudar a forma de cálculo da TJLP envolvem diretores do BNDES e do Banco Central (BC), além do Ministério da Fazenda. O novo formato incluiria uma transição, com o objetivo de, ao longo de alguns anos, a taxa do BNDES ser a mesma cobrada nos títulos do Tesouro.

As informações que circulam no BNDES também reforçam a ideia de que os empréstimos já concedidos ou que estão em processo de análise ainda seguiriam o modelo atual da TJLP, segundo uma das fontes ouvidas pela reportagem. Atualmente, a TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, a cada trimestre.

No ano passado, ao anunciar um plano de medidas, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que o órgão atuaria para mexer no “crédito direcionado”, como são classificados os empréstimos que não são balizados pela Selic, a taxa básica de juros. Economistas críticos desse tipo de política argumentam que o excesso de empréstimos subsidiados pela TJLP retira a potência das decisões da autoridade monetária. Na prática, como as altas e baixas da Selic não afetam o crédito direcionado, o BC precisa subir mais os juros para ter o mesmo efeito de arrefecimento da inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.