Economia

'Discordo veementemente de que déficits estão piorando', diz Ana Paula

‘Discordo veementemente de que déficits estão piorando’, diz Ana Paula ‘Discordo veementemente de que déficits estão piorando’, diz Ana Paula ‘Discordo veementemente de que déficits estão piorando’, diz Ana Paula ‘Discordo veementemente de que déficits estão piorando’, diz Ana Paula

Brasília – A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou nesta quinta-feira, 29, que o governo federal está realizando um resultado primário superior ao programado para os cinco primeiros meses do ano. “O déficit tem sido inferior”, acrescentou. Entre janeiro e maio o déficit primário foi de R$ 34,984 bilhões.

“Várias medidas que tramitam no Congresso ou já foram aprovadas trarão receitas no segundo semestre, garantindo o cumprimento da meta de déficit de R$ 139 bilhões neste ano”, alegou. “Temos um cronograma de acompanhamento bastante estrito dessas medidas, como o programa de concessões que depende do lançamento de editais, e não temos nenhuma razão para acreditar em atrasos. Temos gestão condizente com cumprimento da meta fiscal de 2017”, completou.

Não obstante, Ana Paula lembrou que o déficit previdenciário é crescente e deve chegar a R$ 184,2 bilhões neste ano. “A questão previdenciária persiste, e o déficit acumulado do INSS é de R$ 70,4 bilhões até maio”, ressaltou.

A secretária alegou ainda que, apesar da queda na receita no ano, houve aumento de 6,4% nas transferências a Estados e Municípios. Mesmo assim, no ano até maio, a despesa total foi R$ 35 bilhões menor à programada.

“Em contraponto ao aumento das despesas obrigatórias, temos uma redução sistemática dos gastos discricionários. Temos um esforço constante de contenção de despesas”, concluiu.

Ana Paula rebateu as afirmações de que o desempenho fiscal do governo estaria se deteriorando. “Discordo veementemente da avaliação de que déficits estão piorando. O superávit fiscal de abril, por exemplo, inclusive surpreendeu o mercado”, respondeu. Naquele mês, o saldo do governo central foi positivo em R$ 12,570 bilhões. “Estamos tomando diversas medidas para assegurar o objetivo firme do governo que é cumprir a meta de déficit de R$ 139 bilhões no ano”, completou.

Ela voltou a dizer que o governo tem um quadro “bastante ajustado” de acompanhamento das medidas de recuperação de receitas em andamento. “Teremos uma nova reavaliação de despesas e receitas em julho, que trará quadro fidedigno, com os ajustes que serão feitos, se necessário, para o cumprimento da meta do ano”, acrescentou.

Ela repetiu que o governo tem um compromisso forte com o cumprimento da meta fiscal deste ano – de déficit de R$ 139 bilhões – e usará os instrumentos para atingi-la, incluindo, se necessário, a elevação de tributos.

“Temos um conjunto de medidas em tramitação que devem gerar receitas de cerca de R$ 15 bilhões que ainda não estão considerados nos relatórios do governo”, afirmou.

Embora a renegociação do Funrural integre essa contabilização de possíveis receitas, Ana Paula afirmou que não há ainda definição sobre um acordo nesse tema. Outras receitas incluem o resgate de precatórios não sacados e o Novo Refis.

Questionada sobre a elevação de tributos, ela repetiu a afirmação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que essa decisão será, sim, tomada se for necessária para o cumprimento da meta. “A discussão sobre tributos será feita de forma mais pertinente quando houver nova avaliação de receitas”, completou.

Ativos da União

A secretária evitou comentar quais ativos da União estão considerados nas projeções de receitas com a alienação de R$ 3 bilhões para este ano. “Não vou comentar sobre os ativos da União à venda porque são informações sensíveis para o mercado. Mas são participações acionárias em diversos setores”, limitou-se a responder.

Segundo ela, tanto esses ativos quanto o programa de concessões do governo têm atraído a atenção de investidores. Segundo ela, a crise política não tem afastado os potenciais interessados nessas operações. “Temos conversas frequentes com os interessados nessas oportunidades”, completou, citando especificamente o IRB Brasil RE.