Economia

Economia capixaba pode ser afetada após vitória de Trump nos Estados Unidos

Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, Eduardo Araújo, a economia capixaba poderá sofrer impactos nos setores de siderurgia e mineração

Economia capixaba pode ser afetada após vitória de Trump nos Estados Unidos Economia capixaba pode ser afetada após vitória de Trump nos Estados Unidos Economia capixaba pode ser afetada após vitória de Trump nos Estados Unidos Economia capixaba pode ser afetada após vitória de Trump nos Estados Unidos
Economista Eduardo Araújo diz que efeito Trump pode afetar economia do Estado Foto: Divulgação/Mosaico Imagem

A surpreendente vitória do republicano Donald Trump nas eleições para a presidência dos Estados Unidos causou uma série de reações em todo o mundo, inclusive no cenário econômico.

Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Eduardo Araújo, a economia capixaba poderá sofrer alguns impactos com o “efeito trump”, com reflexo nos setores de siderurgia e mineração.

Isso porque o Estado possui empresas atuantes que exportam seus produtos para o país da América do Norte. “Pode haver impactos, uma vez que a economia capixaba tem uma participação importante nas vendas dos derivados do aço e da mineração”, afirmou.

“A maior incerteza em relação à política econômica e os riscos de alta na taxa de juros básica dos EUA repercutirá em tendência de queda nos preços de ações e de alta do dólar nos próximos dias”, frisou.

Outro aspecto, segundo o economista, é o de real ameaça para o comércio internacional, com risco de queda de 2% no PIB mundial em 2017, caso se mantenham as propostas protecionistas. 

A mudança em acordos de livre comércio não deverá se restringir a China, Canadá e México. “E esse é um ponto que merece atenção, já que pode colocar em risco as possibilidades de retomada do crescimento econômico brasileiro em 2017”, concluiu Eduardo Araújo.

O presidente do Conselho Temático de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcílio Machado, compartilha da opinião de Araújo. “Trump como presidente dos Estados Unidos da América é mais uma incerteza em relação a economia mundial. Isso porque o discurso dele, onde ele citou a construção de um muro entre EUA e México, renegociação de acordo comerciais, além de dizer que iria rever o relacionamento comercial com a China, é visto para a economia global, brasileira e para o Espírito Santo como grande incerteza para os negócios futuros e atuais”, declarou.

“Os EUA têm importante papel no comércio com o ES, que é relacionado as rochas e café, além de ser um dos maiores compradores de produtos manufaturados. A política de isolacionismo apresentada por Donald Trump pode de certa forma atrapalhar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o que prejudica, consequentemente, o Espírito Santo. O mundo inteiro torcia para que Trump perdesse as eleições mediante ao discurso dele. Já que isso não aconteceu, fica o sinal de alerta e insegurança”, explicou Machado.

Na opinião do secretário de Estado de Desenvolvimento do Espírito Santo, José Eduardo Azevedo, o discurso de Trump no viés econômico se apresenta de forma contrária à tendência mundial. “O discurso de Trump, em relação à economia, é protecionista, quando a tendência mundial é a ampliação da globalização e a internacionalização da economia. No entanto, precisamos verificar como será a composição da sua equipe, se o discurso da eleição será traduzido em ações nessa direção ou se haverá adequações”, ponderou.

Em contato com a TV Vitória, o Sindicato da Indústria das Rochas Ornamentais do Espírito Santo (Sindirochas), setor que pode ser diretamente afetado pela política econômica de Trump, também afirmou que ainda é cedo para avaliar as possíveis consequências da vitória do republicano para o mercado capixaba. Entretanto, a entidade admitiu que o medo de que as exportações caiam é real.