
A economia do Espírito Santo registrou no primeiro semestre de 2025 um crescimento de cerca de 1,9%. Segundo pesquisa do Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes), a projeção é de que o Estado encerre este ano crescendo 3,1%.
Os dados foram divulgados pelo Observatório Findes na manhã desta terça-feira (16) e, mesmo com o tarifaço dos EUA, a perspectiva de melhoria econômica ainda é boa para o segundo semestre.
Os setores econômicos que mais cresceram foram agropecuária (+11,1%), indústria (+1,7%) e serviços (+1,4%).
O resultado positivo da indústria se deve, de certa forma, ao avanço de 3,4% da indústria extrativa. Além disso, outras atividades industriais que cresceram foram energia e saneamento (+2,6%) e indústria de transformação (+0,3%).
Tivemos um primeiro semestre de bons resultados na pelotização de minério de ferro. A Samarco está em fase de expansão da capacidade produtiva, devido à retomada das atividades desde 2020, e vem produzindo mais. Também tivemos o crescimento na metalurgia impulsionado pelo aumento da demanda por produtos siderúrgicos no mercado interno, como consequência da expansão de segmentos industriais que o utilizam como insumos.”
Paulo Baraona, presidente da Findes
O setor de serviços apresentou aumentos em certos segmentos, principalmente o crescimento de 1,6% nas demais atividades, seguido pelo comércio (+1,0%) e pelo transporte (+0,2%).
A agricultura foi o campo que mais cresceu, cerca de 11,1%, e os produtos agrícolas impulsionadores foram o café, cana-de-açúcar, milho, arroz, banana, tomate e coco-da-baía. Enquanto isso, a pecuária cresceu 2,7%, devido à produção de bovinos, aves e ovos.
A valorização parcial da taxa de câmbio trouxe algum alívio, mas os efeitos defasados da desvalorização do ano anterior continuaram a pressionar os preços domésticos. Assim, o semestre combinou sinais de resiliência na atividade econômica com desafios advindos do ambiente externo e do efeito persistente dos juros altos, que seguem pesando sobre a economia.”
Marília Silva, economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório Findes
Incertezas econômicas
O valor das exportações do Estado caiu neste primeiro semestre cerca de 8,9% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em quantidade, o recuo foi de apenas 0,9%. O aumento das incertezas econômicas globais pode ter influência direta com o impacto sobre o preço das commodities.
Nesse sentido, entre os principais produtos exportados pelo Estado, houve recuo nas vendas externas de: pelotas de minério de ferro (-15,9%), ferro e aço (-19,2%), petróleo (-10,7%) e celulose (-3,7%).
Por fim, especificamente sobre a indústria capixaba, mesmo com um cenário internacional desafiador, o impacto das exportações do Estado vê redução dos preços. A expectativa é que ela seja positivamente impactada pelo setor extrativo.
“Temos a continuidade da retomada da produção da Samarco e uma maior produção de petróleo e gás natural, em especial advinda do Campo Jubarte devido à aceleração da produção do FPSO Maria Quitéria. Vale destacar que a extração de petróleo e gás vem apresentando um comportamento de recuperação, com perspectivas positivas para o segundo semestre de 2025”, diz Nathan Diirr, gerente de Ambiente de Negócios do Observatório Findes.