A EDP vai investir R$ 5 bilhões no Estado até 2030, 40% a mais que o ciclo anterior. O anúncio foi durante a assinatura, nesta quarta (16), no Palácio Anchieta, da renovação por mais 30 anos da concessão de distribuição de energia elétrica no Espírito Santo.
“Essa renovação não é apenas contratual, é um novo modelo que prioriza investimentos ao invés de outorga. E quem ganha é a sociedade”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira que participou do evento. Nesse sentido, o novo contrato, mais exigente em qualidade e fiscalização, também é o primeiro do país aprovado dentro do novo modelo regulatório criado pelo ministério e pela Aneel.
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O governador Renato Casagrande destacou o papel estratégico da energia para o desenvolvimento capixaba. “Estamos consolidando a infraestrutura que sustenta o crescimento da nossa indústria e da agricultura irrigada. A EDP virou uma empresa capixaba pela parceria, desempenho e comprometimento com o Espírito Santo”, afirmou.
Para ele, garantir previsibilidade e qualidade no fornecimento é fundamental para atrair novos investimentos bem como manter a estabilidade econômica do estado.
Desenvolvimento
Já o vice-governador Ricardo Ferraço classificou o anúncio como “um marco no desenvolvimento da infraestrutura energética” e reforçou os impactos na transformação da base produtiva.
São R$ 5 bilhões que vão garantir energia trifásica no campo, industrialização do café e aço e expansão logística. Isso se reflete em empregos, renda e prosperidade compartilhada. A decisão do governo federal em trocar concessão por investimento foi acertada.
Ricardo Ferraço, vice-governador do Estado
Com a renovação, a EDP segue responsável pela distribuição de energia em 70 municípios capixabas, atendendo cerca de 1,7 milhão de clientes. João Brito Martins, CEO da EDP na América do Sul, lembrou que a companhia foi a primeira a ser privatizada no setor elétrico. Disse ainda que agora se torna a primeira a renovar a concessão no novo modelo.
“Estamos alinhados com o programa econômico e social do Estado. O Espírito Santo é hoje referência em qualidade de serviço e queremos mantê-lo na vanguarda da transição energética com redes inteligentes, digitalização e inclusão”, disse.
Indústria e agro dependem de energia confiável
O reforço da infraestrutura de energia é apontado como fundamental para sustentar o crescimento de setores como a indústria e o agronegócio capixaba. “Não há como expandir agricultura irrigada sem energia trifásica. Estamos transformando a pecuária extensiva em produção agrícola moderna, de base familiar e alto valor agregado”, reforçou Ferraço.
A energia é o bem mais estratégico para qualquer atividade econômica. A monofásica já não é suficiente, e esse plano nos permite avançar.
Renato Casagrande, governador do Espírito Santo
De acordo com a EDP, os investimentos até 2030 serão para modernização da rede, digitalização, automação, resiliência diante das mudanças climáticas e melhoria no atendimento ao cliente. Parte dos recursos também será para projetos sociais e transição energética. “Queremos liderar essa transição de forma justa, combatendo a pobreza energética e garantindo acesso a todos”, afirmou João Brito Martins.
O novo contrato prevê mecanismos de participação mais ativa do consumidor, inclusive na definição de serviços e modalidades tarifárias. “É um contrato moderno, com foco no cliente, com indicadores regionais e mais ferramentas de fiscalização para a Aneel”, explicou o diretor da agência reguladora, Ivo Sechi Nazareno. “O consumidor passa a ser protagonista da relação com a distribuidora”.
Antecipação da concessão
Silveira destacou ainda que a renovação da EDP marca uma mudança nacional. Outras 20 distribuidoras poderão antecipar suas concessões, desde que cumpram os critérios de qualidade. “Esse contrato é um modelo para o Brasil. Queremos redes mais eficientes, serviços melhores e energia acessível. É assim que garantimos soberania e desenvolvimento”, concluiu o ministro.
Para o Espírito Santo, a renovação significa mais segurança jurídica e previsibilidade para investidores. “Temos um estado organizado, com instituições sólidas, e agora com um horizonte de 30 anos de parceria no setor mais estratégico da economia”, finalizou Casagrande. A inauguração do novo centro de operações da EDP, prevista para dezembro, simboliza esse novo ciclo de expansão, tecnologia e compromisso com o futuro do Estado.
Editor de Economia
Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.
