
O presidente da ArcelorMittal Brasil reafirmou que manterá o investimento previsto de R$ 4 bilhões no Espírito Santo, embora o projeto de um laminador de tiras a frio ainda aguarde definição. Durante o encontro do Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação, o presidente Jorge Oliveira destacou que a empresa continua comprometida com o Estado. “Pretendemos investir no Espírito Santo, mas a equação do aço importado precisa ser resolvida”, afirmou. No evento do ES em Ação, ele explicou que o cenário mundial exige cautela. “O setor vive instabilidade e precisamos de medidas eficazes para manter a competitividade”. Jorge Oliveira se referiu, principalmente, ao aço chinês, que chega ao país com preços muito mais competitivos do que o aço brasileiro.
O evento do Es em Ação reuniu mais de cem empresários, além de diretores, conselheiros e mantenedores da entidade. As discussões abordaram os cenários político e econômico e os impactos para o desenvolvimento regional. O encontro contou ainda com a participação do presidente do TJES, Samuel Meira Brasil Júnior, e do governador Renato Casagrande. As análises buscaram ajustar expectativas diante de um ambiente global de mudanças rápidas. A plateia acompanhou com atenção as projeções dos setores industrial e energético.
Avanços
Fernando Saliba, presidente do ES em Ação, destacou avanços importantes em transparência pública. “Zeramos os 24 nós e isso mostra apropriação da sociedade”, afirmou. Ele ressaltou que a transparência sustenta outras políticas essenciais.
Sem transparência, não existe educação, saúde ou desenvolvimento.
Fernando Saliba, presidente do ES em Ação
O dirigente também enfatizou conquistas na formação de lideranças empresariais e sociais. “Já formamos 80 líderes e seguimos ampliando a mentoria”, afirmou. Saliba explicou que a proposta é difundir temas relevantes entre jovens lideranças. “Queremos diretores comprometidos com o desenvolvimento do Estado”, disse. Ele também destacou avanços na educação integral e na educação profissional. “Estamos enfrentando o apagão de mão de obra com ações estruturadas”, destacou.
A rede empresarial também foi ampliada. “Estamos formando novas associações e estruturamos a Acevix, a associação de Vitória”, afirmou Saliba. Ele explicou que a meta é alcançar presença nos 78 municípios capixabas.
ES em Ação reconhece Legado de Arthur Gerhardt
O encontro do Es em Ação também marcou a entrega da Comenda Protagonista Inspirador ao ex-governador Arthur Carlos Gerhardt Santos. A homenagem destacou a contribuição dele para a infraestrutura capixaba. Os organizadores lembraram a urbanização da capital e o avanço da ligação com Minas Gerais. O discurso ressaltou o papel de Gerhardt na criação do Porto de Vitória. Ele também foi lembrado pela condução da implantação da antiga CST.

Os presentes destacaram a capacidade de articulação do ex-governador em um período político desafiador. Ele atuou durante a ditadura e enfrentou obstáculos econômicos complexos. A homenagem ressaltou sua persistência diante das dificuldades. A comenda reforçou a importância histórica de sua gestão.
Cenário global pressiona decisões
O professor Gunther Rudzit apresentou uma análise sobre a nova estratégia de segurança dos Estados Unidos. Segundo ele, o hemisfério ocidental ganhou prioridade inédita. “É uma ruptura histórica e exige atenção do Brasil”, afirmou. Ele destacou que Washington endureceu o controle sobre infraestrutura crítica. “Os Estados Unidos querem evitar influência de potências externas no continente”, explicou. Para ele, a crise da Venezuela se tornou um laboratório dessa política.
No setor de energia, o CEO da EDP América do Sul, João Brito Martins, destacou desafios crescentes. “A demanda global aumenta enquanto a transição energética avança lentamente”, afirmou. Ele explicou que a Europa vive dificuldades para acelerar investimentos. “O lead-time dos equipamentos é muito longo e trava a expansão”, disse. Martins enfatizou que o Brasil possui vantagem competitiva. “Temos matriz renovável robusta e sistema elétrico seguro”, completou em sua fala no evento do Es em Ação.
A ArcelorMittal também abordou impactos da competição chinesa no setor do aço. Jorge Oliveira ressaltou que os subsídios chineses afetam a indústria brasileira. “A exportação virou válvula de escape da China”, explicou. Ele destacou que o país enfrenta importações diretas e indiretas elevadas. “São 12 milhões de toneladas que pressionam o mercado”, afirmou. Para ele, o governo precisa adotar medidas eficazes. “Com equilíbrio, continuaremos investindo no Espírito Santo”, reforçou.