O presidente da ArcelorMIttal Brasil, Jorge Oliveira, falou das preocupações da empresa com a importação de aço chinês no Brasil. Crédito: Rodrigo Gavini/Divulgação
O presidente da ArcelorMIttal Brasil, Jorge Oliveira, falou das preocupações da empresa com a importação de aço chinês no Brasil. Crédito: Rodrigo Gavini/Divulgação

O presidente da ArcelorMittal Brasil reafirmou que manterá o investimento previsto de R$ 4 bilhões no Espírito Santo, embora o projeto de um laminador de tiras a frio ainda aguarde definição. Durante o encontro do Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação, o presidente Jorge Oliveira destacou que a empresa continua comprometida com o Estado. “Pretendemos investir no Espírito Santo, mas a equação do aço importado precisa ser resolvida”, afirmou. No evento do ES em Ação, ele explicou que o cenário mundial exige cautela. “O setor vive instabilidade e precisamos de medidas eficazes para manter a competitividade”. Jorge Oliveira se referiu, principalmente, ao aço chinês, que chega ao país com preços muito mais competitivos do que o aço brasileiro.

O evento do Es em Ação reuniu mais de cem empresários, além de diretores, conselheiros e mantenedores da entidade. As discussões abordaram os cenários político e econômico e os impactos para o desenvolvimento regional. O encontro contou ainda com a participação do presidente do TJES, Samuel Meira Brasil Júnior, e do governador Renato Casagrande. As análises buscaram ajustar expectativas diante de um ambiente global de mudanças rápidas. A plateia acompanhou com atenção as projeções dos setores industrial e energético.

Avanços

Fernando Saliba, presidente do ES em Ação, destacou avanços importantes em transparência pública. “Zeramos os 24 nós e isso mostra apropriação da sociedade”, afirmou. Ele ressaltou que a transparência sustenta outras políticas essenciais.

Sem transparência, não existe educação, saúde ou desenvolvimento.

Fernando Saliba, presidente do ES em Ação

O dirigente também enfatizou conquistas na formação de lideranças empresariais e sociais. “Já formamos 80 líderes e seguimos ampliando a mentoria”, afirmou. Saliba explicou que a proposta é difundir temas relevantes entre jovens lideranças. “Queremos diretores comprometidos com o desenvolvimento do Estado”, disse. Ele também destacou avanços na educação integral e na educação profissional. “Estamos enfrentando o apagão de mão de obra com ações estruturadas”, destacou.

A rede empresarial também foi ampliada. “Estamos formando novas associações e estruturamos a Acevix, a associação de Vitória”, afirmou Saliba. Ele explicou que a meta é alcançar presença nos 78 municípios capixabas.

ES em Ação reconhece Legado de Arthur Gerhardt

O encontro do Es em Ação também marcou a entrega da Comenda Protagonista Inspirador ao ex-governador Arthur Carlos Gerhardt Santos. A homenagem destacou a contribuição dele para a infraestrutura capixaba. Os organizadores lembraram a urbanização da capital e o avanço da ligação com Minas Gerais. O discurso ressaltou o papel de Gerhardt na criação do Porto de Vitória. Ele também foi lembrado pela condução da implantação da antiga CST.

Arthur Carlos Gerhardt Santos recebeu homenagem no evento do ES em Ação. Crédito: Rodrigo Gavini

Os presentes destacaram a capacidade de articulação do ex-governador em um período político desafiador. Ele atuou durante a ditadura e enfrentou obstáculos econômicos complexos. A homenagem ressaltou sua persistência diante das dificuldades. A comenda reforçou a importância histórica de sua gestão.

Cenário global pressiona decisões

O professor Gunther Rudzit apresentou uma análise sobre a nova estratégia de segurança dos Estados Unidos. Segundo ele, o hemisfério ocidental ganhou prioridade inédita. “É uma ruptura histórica e exige atenção do Brasil”, afirmou. Ele destacou que Washington endureceu o controle sobre infraestrutura crítica. “Os Estados Unidos querem evitar influência de potências externas no continente”, explicou. Para ele, a crise da Venezuela se tornou um laboratório dessa política.

No setor de energia, o CEO da EDP América do Sul, João Brito Martins, destacou desafios crescentes. “A demanda global aumenta enquanto a transição energética avança lentamente”, afirmou. Ele explicou que a Europa vive dificuldades para acelerar investimentos. “O lead-time dos equipamentos é muito longo e trava a expansão”, disse. Martins enfatizou que o Brasil possui vantagem competitiva. “Temos matriz renovável robusta e sistema elétrico seguro”, completou em sua fala no evento do Es em Ação.

A ArcelorMittal também abordou impactos da competição chinesa no setor do aço. Jorge Oliveira ressaltou que os subsídios chineses afetam a indústria brasileira. “A exportação virou válvula de escape da China”, explicou. Ele destacou que o país enfrenta importações diretas e indiretas elevadas. “São 12 milhões de toneladas que pressionam o mercado”, afirmou. Para ele, o governo precisa adotar medidas eficazes. “Com equilíbrio, continuaremos investindo no Espírito Santo”, reforçou.

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.