A taxa básica que será anunciada hoje sai da última reunião do Copom do ano. Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
A taxa básica que será anunciada hoje sai da última reunião do Copom do ano. Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Com a inflação desacelerando, mas alguns preços, como energia e alimentos, pressionados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) faz nesta quarta-feira (10) a última reunião do ano. Os analistas de mercado acreditam na manutenção da taxa no maior nível em quase 20 anos.

Atualmente em 15% ao ano, a Selic está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Desde setembro do ano passado, a taxa subiu sete vezes seguidas. Nas reuniões de julho, de setembro e de novembro, o Copom não mexeu na taxa.

A decisão sobre a Taxa Selic será no início da noite desta quarta (10). Porém, na ata da última reunião, em novembro, o Copom informou que a Selic ficará em 15% ao ano por tempo prolongado para garantir a convergência da inflação à meta.

Segundo a ata do Copom, o cenário atual continua marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária. Ou seja, no cenário interno, alguns preços, como energia, continuam a pressionar a inflação, apesar da desaceleração da economia.

De acordo com a edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve ficar em 15% ao ano até o fim deste ano ou início de 2026. Do mesmo modo, a divergência agora está no momento do próximo ano em que os juros começarão a cair.

Copom e Inflação

Para o Copom, o comportamento da inflação continua uma incógnita. Nesse sentido, a prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), ficou em apenas 0,2% em outubro e acumula 4,5% em 12 meses. Ou seja, voltou para o teto da meta. O IPCA cheio de novembro só sai nesta quarta-feira.

Segundo o último Boletim Focus, a estimativa de inflação para este ano caiu para 4,4%, contra 4,55% há quatro semanas. Isso representa inflação pouco abaixo do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%. Do mesmo modo, pode chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto comprando e vendendo títulos públicos federais. Isso para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião do Copom.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial. Do mesmo modo o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

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