Muitas vezes, um negócio pode começar com algo simples e cotidiano. Foi assim para o empreendedor, Leandro Barcellos, de 37 anos, e sua esposa, Juliana Barcellos, de 38 anos, que começaram um empreendimento com uma bicicleta rosa. Hoje, os dois são donos do Geladinho Gourmet, uma loja de doces localizada no Centro de Domingos Martins.
Segundo Leandro, tudo começou em 2020, após muitas tentativas falhas de fazer uma renda extra no fim do mês. Ele, então, procurou na internet formas fáceis e viáveis de ter algum retorno financeiro, foi quando apareceu a ideia do geladinho gourmet.
Prontamente, o empreendedor se interessou e mostrou o vídeo para sua esposa, que também acatou a ideia de negócio. Os dois decidiram usar o dinheiro que seria para pagar a conta de energia, cerca de R$ 104,00, para comprar os ingredientes e produzir quatro sabores de chup-chup (maracujá, coco, morango e chocolate).
A primeira venda não foi muito boa, sendo vendidas apenas 12 unidades. Porém, duas semanas depois, eles tiveram a ideia de comprar a bicicleta rosa, foi quando as vendas decolaram.
Por que uma bicicleta rosa?
Mas por que usar uma bicicleta rosa para vender os geladinhos? Leandro contou que parte da escolha de como seria o negócio veio de seu detalhismo.
Eu não queria uma bicicleta vermelha, azul, preta, porque iria parecer uma bicicleta que carregava gás, ou uma de supermercado. Eu falei com a minha esposa: ‘eu quero uma bicicleta rosa’, e ela me perguntou o porquê. E eu falei que o rosa traz um frescor. Eu lembrei das sorveterias europeias, elas trabalham muito com o rosa, principalmente o rosa bebê ou o azul bebê. São cores leves e alegres. Eu sabia, antes mesmo de ter a bicicleta, que a cor rosa e as madeiras envernizadas seriam atrativas e convidativas.
Leandro Barcellos
Eles saíram em busca da bicicleta e quando passaram a vender com ela, logo no primeiro dia de vendas, quase 300 geladinhos foram vendidos.
E a reação das pessoas quando viram a bike foi a melhor possível. Além da cor, o sininho que Leandro tocava, chamava a atenção dos clientes.
“As pessoas olhavam para a bicicleta e o semblante delas já mudava, elas perguntavam porque era rosa, o que estávamos vendendo ali e era uma festa.”
Entretanto, as vendas na bike não eram só alegrias, existiam os dias frios e de chuva e, como Domingos Martins é uma cidade fria, nos dias mais gelados havia muita dificuldade em vender o produto.
Só que nem ele, nem a esposa desanimaram, pois após esses dias frios viria um clima mais ameno e quente, que aumentaria as vendas.
Desafios de venda
Com o tempo o negócio do geladinho gourmet foi se consolidando, impulsionado pela famosa bicicleta rosa, que, como conta Leandro, até hoje faz falta para os clientes.
Porém, apesar de muitas dificuldades, o empreendedor contou que sua maior dificuldade foi mostrar para os bancos que sua ideia de transformar seu pequeno empreendimento em uma loja.
“Passei por três bancos, só no quarto, conversando com o gerente, ele viu o potencial e parou para me ouvir. Eu mostrei que era possível. Foi quando eu consegui o capital para poder alavancar o nosso sonho de ter nossa loja.”
Segundo o empreendedor, após o auxílio capital do Sicredi foram só alegrias, porque agora com sua loja, não há chuva ou frio que o impeça de vender.
O diretor do Sicredi Sul-Sudeste, Leandro Gindri de Lima, explica que para possibilitar o crédito que o cliente precisa, a cooperativa conhece o associado, procura entender e conhecer sua história e seus objetivos. Diante dessa necessidade, as vias de crédito são distribuídas.
Atualmente, com a loja física, os maiores desafios são aprender a administrar corretamente o local, porém os dois, juntos, aprendem dia a dia. Além disso, ele acredita que um grande desafio é confiar em funcionários para atender seus clientes da mesma forma que ele e sua esposa.
Meu maior arrependimento é não ter feito isso antes.
Leandro Barcellos.
Trajetória
O empreendedor revelou que em toda sua trajetória como vendedor, o que mais orgulha em seu empreendimento é ouvir as histórias de clientes que a tanto tempo o acompanham e continuam consumindo seus produtos, especialmente pelo sabor.
De acordo com Leandro, ele e sua esposa, apesar de terem comprado máquinas para facilitar na produção dos geladinhos, sempre prezaram pelo sabor tradicional de sua marca e ouvir esse reconhecimento de seus clientes o deixa muito feliz.
“Desde 2020, a gente trabalhando com geladinho e o que mais me orgulha é quando o cliente pega o geladinho e fala: ‘sou cliente a muito tempo e é sempre o mesmo sabor’. Sempre tivemos o cuidado de não perder a qualidade.”