Mulheres empreendedoras que desejam investir no próprio negócio muitas vezes se deparam com dificuldades em fornecer garantias para instituições financeiras quando necessitam de um empréstimo. Como forma de ajudar a fomentar os negócios e permitir que as empresárias ganhem fôlego para crescer, o Sebrae disponibiliza o Fundo de Aval à Micro e Pequena Empresa, o Fampe Mulher.
O fundo funciona como garantia integral na hora de solicitar empréstimos em instituições financeiras, facilitando o acesso ao financiamento e impulsionando o empreendedorismo feminino.
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Durante a Caravana Sebrae Delas, que passou pelo Espírito Santo no dia 19 de novembro, Dia do Empreendedorismo Feminino, a iniciativa foi compartilhada com empreendedoras do Estado.
Criado em 1995, o Fampe Mulher está oferecendo condições diferenciadas para mulheres até março de 2027. A medida visa facilitar o acesso de pequenos negócios ao crédito, dando as garantias solicitadas pelas instituições financeiras para concessão de financiamentos.
O Fampe Mulher, dedicado às empreendedoras, se diferencia justamente por cobrir 100% do valor do financiamento. Normalmente, o limite do fundo é de 80%, a depender do porte da empresa e da modalidade de crédito.
Ao eliminar um obstáculo que tende a afastar as mulheres dos recursos necessários para colocar os negócios próprios no mundo, a medida impulsiona o empreendedorismo feminino e busca resolver um problema estrutural.
Georgia Nunes, gerente da unidade de empreendedorismo feminino, diversidade e inclusão do Sebrae Nacional, explica:
“Pesquisas do Sebrae e do Banco Central mostram que as mulheres pagam mais juros do que os homens nos empréstimos, têm menos acesso a esses recursos e menos bens, menos patrimônio, para dar em garantia”.
O Fampe Mulher, então, é uma maneira de estimular as mulheres a acessarem o crédito.
O que é o Fampe?
O superintendente do Sebrae Espírito Santo, Pedro Rigo, explica que o Fampe é um fundo de aval do Sebrae.
“É uma carteira enorme que o Sebrae tem no Brasil inteiro. Quando a mulher — qualquer pessoa, na verdade — vai ao sistema financeiro buscar crédito, ela tem que apresentar garantias reais. Então, o Sebrae entra com essa mulher, garantindo o financiamento que ela pretende. Isso baixa o risco, automaticamente baixa a taxa de juros e facilita o acesso dessa mulher ao sistema financeiro.”
Como utilizar o Fampe?
O Fampe funciona com instituições parceiras. “São as instituições que concedem o crédito”, esclarece Geórgia Nunes.
“As mulheres podem ir à agência bancária e procurar essa facilidade, verificar se o seu banco, se a sua instituição financeira, concede esse empréstimo com a facilitação, com a garantia do Fampe.”
Na prática, funciona assim: a mulher solicita o financiamento e a própria instituição financeira vincula o crédito ao fundo. Por isso, é importante que a empreendedora saiba que pode exigir este direito para garantir melhores condições de financiamento. Não existe a necessidade de cadastro prévio da mulher em nenhum sistema.
Tire suas dúvidas:
- Quem pode usar o Fampe Mulher com 100% de garantia? A mulher que solicitar o financiamento deve ser dona (sócia majoritária) da empresa ou sócia administradora.
- Existe um faturamento mínimo exigido? Não. O faturamento da empresa deve respeitar os limites de cada categoria. MEI (Microempreendedor individual): até R$ 81 mil; ME (Microempresa): até R$ 360 mil; EPP (Empresa de Pequeno Porte): até R$ 4,8 milhões.
- Qual o valor máximo que o Fampe Mulher garante? Não existe limite para a garantia de 100%.
- O Fampe Mulher exige pagamento de taxas? Não. As únicas taxas aplicadas ao financiamento serão as da instituição financeira, seguindo suas políticas próprias para concessão de crédito.
- Em que tipos do financiamento o Fampe Mulher pode ser utilizado? Em investimentos fixos, como aqueles para compra de maquinários e reformas, e capital de giro, que permite compra de mercadoria e matéria-prima, por exemplo.
Instituições parceiras
As empreendedoras do Espírito Santo podem buscar o apoio do fundo nas seguintes instituições:
- Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo)
- Banco do Nordeste
- Sicoob
- Sicredi
- Cresol
Editora de Política
Atuou como repórter de política em jornais do Espírito Santo e fora do Estado. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
