Economia

Empresa capixaba maior importadora de vinhos do Brasil vai ter rede para vender vinhos de luxo

Para entrar no comércio de vinhos, capixaba Vila Porto, sediada em Vila Velha, contratou fundador da Evino e quer triplicar faturamento com vendas em e-commerce, lojas e B2B. Ou seja, até 2030 quer faturar R$ 120 milhões

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Os diretores Israel Ourique e João Pedro Campos, da Vila Porto, com o recém chegado Ari Gorenstein: foco no mercado de alto padrão. Crédito: Vila Porto, divulgação
Os diretores Israel Ourique e João Pedro Campos, da Vila Porto, com o recém chegado Ari Gorenstein: foco no mercado de alto padrão. Crédito: Vila Porto, divulgação

A empresa de importação capixaba Vila Porto, sediada em Vila Velha, vai entrar de cabeça no comércio de vinhos no Brasil. Além de passar a explorar o e-commerce, a trading capixaba dona da marca Ville du Vin também quer incrementar a venda de vinhos de luxo para outras empresas. São as operações conhecidas como B2B. Para sustentar o movimento e ganhar mercado, a empresa acabou de contratar o executivo Ari Gorenstein. Ele é co-fundador da Evino e até dezembro de 2024 era o Co-CEO da Víssimo Group, responsável pelas importadoras Grand Cru e Evino.

Apesar de ser a maior importadora de vinhos do Brasil, como uma trading, a Vila Porto ainda é pouco conhecida dos consumidores. Porém o empresário João Bosco Campos, que fundou a empresa 22 anos atrás, e seu filho João Pedro Campos querem mudar este cenário. Do meso modo eles querem ganhar a preferência do consumidor de alto padrão na escolha de que vinhos comprar.

Gorenstein assume com planos ambiciosos como diretor-geral da Vila Porto Vinhos. Sua missão é triplicar em cinco anos o resultado do grupo com os vinhos, passando de R$ 40 milhões para R$ 120 milhões. Atualmente, os vinhos de importação e distribuição própria da Vila Porto representam 6% dos negócios. A empresa tem foco em logística e deve faturar entre R$ 770 milhões e R$ 800 milhões em 2025.

“Porém, nossa meta é que esses vinhos representem 15% da nossa operação até 2030”, informou João Pedro Campos, hoje diretor de distribuição. O grupo atua nos segmentos de importação, distribuição, logística e transporte de bebidas e alimentos.

A Vila Porto chegou neste segmento como trading e consultora aduaneira para empresas que precisam importar vinhos para o Brasil. Teve a Expand, que liderava o segmento no final da década de 1990 e na virada do século, como grande cliente. Porém a empresa enfrentou problemas financeiros em meados da primeira década dos anos 2000.

Maior presença em vinhos premium

A chegada de Gorenstein é para crescer em vários segmentos. “Há muito o que construir na distribuição de vinhos e há muita sinergia entre as atividades da Vila Porto”, afirma o novo diretor. Entre os desafios de Gorenstein, o primeiro é aumentar a presença nos vinhos premium.

“Somos os maiores importadores de Almaviva, com 7 mil garrafas por ano. Do mesmo modo da Don Melchor, com 6.500 garrafas, e estamos prospectando novas vinícolas”, afirmou João Pedro Campos. No catálogo, contam com a exclusividade de vinícolas como a Kaiken, braço argentino da chilena Viña Montes. Além da portuguesa Ravasqueira, da espanhola Faustino, entre outras.

O segundo é ter também um foco nos vinhos de maior volume e no e-commerce. Aqui, o nome de Gorenstein é importante, pela sua atuação no e-commerce da Evino, empresa que nasceu atuando no mercado online de vinhos.

E, por fim, tem o plano de crescer com franquias. Atualmente, são quatro lojas franqueadas, duas em São Paulo (SP), uma em Teresina (PI) e uma em Recife (PE). E há um plano de expansão em elaboração, que deve chegar a 50 lojas em cinco anos.

Chilenos chegam pelo ES

A Concha y Toro, maior grupo vinícola chileno, se tornou cliente em 2007. Do mesmo modo segue até hoje, como grande responsável pelo volume enorme de garrafas importadas. Atualmente, a Vila Porto traz ao redor de 35 milhões de garrafas por ano para o Brasil. Isso entre a operação da VCT (o braço da Concha y Toro no Brasil), importação para outras empresas bem como os vinhos de importação própria.

E foi exatamente o conhecimento do mercado que levou a Vila Porto a se diversificar na área do vinho. Ou seja, a empresa deixa de atuar apenas como trading para investir também em distribuição e na venda direta para o consumidor final. Em 2018, adquiriu a Ville du Vin, loja de vinhos com duas unidades. Uma no bairro do Itaim Bibi e outra em Alphaville, ambas em SP. E, em 2023, entrou na distribuição de vinhos, aproveitando os seus mais de 50 mil metros de armazém seco. Ou seja, deu os primeiros passos para atuar com o e-commerce.