Economia

Empresários capixabas de rochas buscam alívio para tarifaço nos EUA

Representantes da Centrorochas destacaram que o tarifaço pode comprometer exportações de mármores e granitos. O Espírito Santo responde por mais de 80% das vendas externas do setor

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Representantes do Centrorochas participaram de reuniões com entidades do setor produtivo dos EUA em busca de soluções para o tarifaço. Crédito: Divulgação
Representantes do Centrorochas participaram de reuniões com entidades do setor produtivo dos EUA em busca de soluções para o tarifaço. Crédito: Divulgação

Empresários capixabas do setor de rochas naturais integram a missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Washington, nos Estados Unidos. Nesse sentido, o grupo participa de reuniões para discutir os impactos das tarifas de 50% aplicadas pelo governo Donald Trump. Do mesmo modo, a Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) representa o setor, com o presidente Tales Machado e o vice-presidente Fábio Cruz.

Na quarta-feira (3), congressistas norte-americanos não receberam a comitiva, por questões de política interna. Ainda assim, cerca de 100 empresários brasileiros, de vários setores, responderam a questionamentos da Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR). Nesse sentido, o encontro fez parte da investigação aberta com base na Seção 301 da lei do comércio americana.

Durante a audiência, autoridades norte-americanas levantaram temas que vão além das tarifas. Foram perguntas sobre comércio digital, pagamentos eletrônicos, acesso ao etanol, propriedade intelectual e meio ambiente. Do mesmo modo, questões como desmatamento ilegal receberam atenção especial. Empresários brasileiros rebateram com dados de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

Representantes da Centrorochas destacaram que as tarifas podem comprometer exportações de mármores e granitos. Nesse sentido, o Espírito Santo responde por mais de 80% das vendas externas do setor. Ou seja, o aumento dos custos pode afetar construtoras e consumidores americanos. Nesse sentido, os empresários reforçaram que a medida tem caráter político e prejudica também a economia dos Estados Unidos.

Debate sobre tarifaço com setor privado americano

A missão inclui encontros com empresas e entidades do setor privado americano. O objetivo é sensibilizar compradores, construtoras e distribuidores para a urgência de mais isenções setoriais no tarifaço. Para empresários, a pressão da iniciativa privada pode ser mais efetiva que a via diplomática.

Na quarta-feira, a delegação foi recebida pela embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti. Também participou de reuniões com o vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau. Ele reconheceu os riscos do tarifaço para cadeias produtivas de ambos os países.

O Centrorochas se reuniu ainda com o Natural Stone Institute, a National Association of Home Builders e a distribuidora Emerald. As conversas confirmaram o alinhamento entre brasileiros e americanos para evitar rupturas na cadeia de fornecimento de rochas. O setor gera milhares de empregos diretos e indiretos no Espírito Santo e foi diretamente afetado pelo tarifaço.

Estratégia política e próximos passos

Apesar das negociações, diplomatas americanos afirmaram que a revisão do tarifaço depende de soluções políticas. A Casa Branca relaciona as tarifas a impasses bilaterais com o Brasil, segundo relato de empresários. O cenário reforça a necessidade de articulação conjunta entre governo e setor privado.

O primeiro dia de atividades terminou com recepção na US Chamber of Commerce. O evento aproximou lideranças brasileiras e americanas e abriu espaço para networking estratégico. Nesta quinta-feira (4), a programação segue com o painel “Diálogo Empresarial Brasil-EUA”. O encontro discutirá impactos do tarifaço e caminhos para manter a competitividade internacional.

Para os empresários capixabas, a missão é decisiva para defender a principal indústria exportadora do Espírito Santo. A expectativa é de que a pressão técnica e política abra espaço para novas isenções. O setor de rochas naturais espera manter sua posição de destaque no comércio bilateral.

Redação Folha Vitória

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Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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