Economia

Empresários estão céticos sobre retomada de diálogo com governo

O vice-presidente Michel Temer (PMDB), responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, fez uma declaração à imprensa convocando o Congresso a "reunificar o País"

Empresários estão céticos sobre retomada de diálogo com governo Empresários estão céticos sobre retomada de diálogo com governo Empresários estão céticos sobre retomada de diálogo com governo Empresários estão céticos sobre retomada de diálogo com governo

São Paulo, Brasília e Rio – Os empresários brasileiros estão apreensivos com a crise política e econômica que se agrava a cada dia e estão reticentes em relação a uma possível reaproximação da presidente Dilma Rousseff, que busca, novamente, retomar o diálogo com a nata do empresariado do País para criar uma agenda positiva.

“Todo mundo quer que o País vá bem. É nessa direção que os empresários discutem uma saída para conter a crise, mas há pouco diálogo (com o governo)”, afirmou à reportagem um dos principais empresários da área de infraestrutura. Outro empresário de peso, que já esteve mais próximo do governo, também é reticente em relação a uma nova rodada de conversa com a indústria. “Por enquanto, não houve convite.”

O governo está em busca de uma agenda positiva para poder apresentar e reanimar a economia. Na quarta-feira, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, fez uma declaração à imprensa convocando o Congresso a “reunificar o País”.

Nesta sexta-feira (7), as Federações das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan) divulgaram nota conjunta em defesa da posição expressada por Temer, na qual reafirmam que o momento econômico e político brasileiro “é de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil”.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que o País caminha para o caos, se não houver entendimento entre o Congresso e o governo. Segundo ele, a publicação nos jornais de nota paga pelas duas federações “em prol da governabilidade do País” foi uma reação natural frente à manifestação de dois dias atrás do vice-presidente de pedir a busca do entendimento.

“Quando o vice-presidente Michel Temer fala da necessidade de equilíbrio e serenidade, é por essa razão que apoiamos”, disse. Skaf disse que não se pode permitir um “tsunami” que comprometa o emprego de milhares de trabalhadores e o patrimônio das empresas brasileiras que levou séculos para ser construído. Para ele, está faltando a preocupação com a solução dos problemas. “Temos que buscar soluções. E essas só vêm com as pessoas que se entendem”, disse.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, afirmou na sexta-feira que a responsabilidade em buscar saída para a crise é “da situação e da oposição”. “Políticos da situação e da oposição foram eleitos para promover o Brasil, e hoje a discussão coloca o Brasil em um nível muito menor do que deveria. O Brasil é maior do que essa disputa eleitoreira, partidária”, avaliou. “É hora de ter uma dose de estadista. Não me refiro à presidente Dilma Rousseff em particular, me refiro aos políticos de maneira geral.”

Manifestação

Na quarta-feira, a partir das 8 horas, a Associação Comercial e Industrial de Santo André (Acisa), o Ciesp/Santo André e a OAB realizarão um ato em defesa dos empregos da indústria no ABC e pela retomada do desenvolvimento econômico regional. O movimento foi batizado de “Reage ABC”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.