Economia

Empresas querem uma solução rápida para crise

Empresas querem uma solução rápida para crise Empresas querem uma solução rápida para crise Empresas querem uma solução rápida para crise Empresas querem uma solução rápida para crise

São Paulo – Em um momento em que as empresas vislumbravam melhores resultados, após a economia dar os sinais de recuperação, a citação do presidente Michel Temer na delação dos donos da JBS pode pôr tudo a perder, na opinião de executivos e empresários ouvidos pela reportagem. Para evitar que uma nova crise econômica se instale no País, eles defendem a apuração das denúncias e a manutenção da agenda de reformas.

O presidente da Suzano, Walter Schalka, que falou à reportagem por telefone, participou esta semana de um evento do Itaú em Nova York, e disse ter notado a rápida virada do humor do investidor internacional sobre o Brasil. “Ontem (quarta-feira, 17), a visão sobre o País era muito positiva. Hoje (quinta, 18), todo mundo passou a vender o Brasil”, disse o executivo, referindo-se ao impacto da delação da JBS.

Schalka afirmou que a melhor solução para o País é a renúncia imediata do presidente. “Acho que a melhor alternativa para o Brasil agora é a renúncia. A segunda melhor é a chapa Dilma-Temer ser cassada. A terceira é o impeachment. E a quarta e pior alternativa é a permanência de Temer sem legitimidade e credibilidade.”

O presidente da multinacional americana Cargill no Brasil, Luiz Pretti, afirmou que a economia parecia no caminho de uma retomada, ainda que lenta, baseada na queda dos juros, na recuperação do emprego e nas reformas previdenciária e trabalhista. De repente, frisou ele, a maré mudou. “Passei a manhã explicando a nossos acionistas nos Estados Unidos o que estava acontecendo. É difícil explicar, pois, até a semana passada, o Brasil estava indo pelo caminho certo, tinha um projeto de governo.”

Outros dois empresários – Pedro Passos, sócio-fundador da Natura, e Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza – lamentaram o fato de que a nova crise política pode atrapalhar as reformas econômicas no Brasil. “Adiar esse projeto (de reformas) prejudica o País e é uma involução. Essa descontinuidade do poder gerar incertezas, e não é bom para o País. Temos de ter calma”, ressaltou o fundador da Natura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.